sexta-feira, 1 de julho de 2011

Ah cansei desses amores de meia pataca!
...que não cabem nem eu, você ou o mundo todo.
Quero um daqueles deslumbrantes que mexem com a cabeça e o corpo todo
Que me tire o fôlego a cada minuto ou me surpreenda com uma ligação inesperada
Não quero dividir com outra mulher, nesse ponto eu sou egoísta. E como sou!
Quero ter seus olhos perto dos meus, seus braços envoltos em mim, e seu corpo com voraz pecado ansiando pelo meu.
Amor que não me censure por ser livre ou louca
Arrebate-me com um frio na barriga só de estar perto

Ah cansei dessas paixões dissolutas!
Que o vento bate e sopra tudo...e nada resta além de lembranças e ilusões perdidas
Te quero em brasas todos os dias
Renascer e morrer como uma fênix das cinzas em você
Tornar-me prisioneira, sem algemas ou proibições
Pelo simples fato de querer estar perto

Ah cansei de buscar corpos pelo prazer singular do momento!
Me perco por ai...por olhos e sorrisos vagos
Que de nada resta, além de momentos
Falta-me um ou todos os pedaços
Sobra desejo, falta sentimento.
Prazer carnal é efêmero, só isso nunca me bastou.

Eu quero mais...quero tudo de uma vez.
Amor, paixão com pitadas de tesão.
Seu corpo com prazer ou não, já não basta mais...

terça-feira, 14 de junho de 2011

Doce passado difuso

Passo por entre as ruas e vejo as noites escuras. Fito-te com o olhar, a espera, na ânsia, na angústia nua.Que foi feito de mim?Longe de ti. Já me perdi pelas colunas espessas e difusas no sex appeal dos meus desejos.

Flerto com a noite, fujo do dia, quem entende o desatino da minha alma?A clara carne anseia, o que a mente repreende e refuta. O estômago embrulha, as pernas tremem, a mente divaga, mas não há chances de dar o braço a torcer.
Vai e vem, não tem.
Mente e sente.
Sorriso entre os dentes.
Disfarça, se embaralha
Confunde, o perfume.
Meu ou seu?
Arrebatar, rema e mata
Dispersar, sem a conversa
Bate, sem dó
E fica o pó
Das reticências do passado.

conto macabro

Você chega assim de mansinho, eu deitada em meio aos lençois brancos, na cama de madeira crua. Cabelos emaranhados no travesseiro, rosto de quem ainda não acordou direito. Me olha com ar doce, agacha aos pés da cama, perto do tapete. A luz bate rente as cortinas e faz penumbra no quarto de paredes, móveis alvos. No exato momento, passa a mão fria e pálida por todo o meu corpo. Você com um olhar tresloucado, vestido de negro dos pés a cabeça.Enquanto isso, eu nada percebo, de diferente, apenas fecho os olhos e por um momento lanço um sorriso.Ao abrí-los novamente, deparo-me com você, machado nos punhos, e sem falar uma palavra desfere um golpe. Sem reação no exato instante, apenas arregalo os olhos.Você apenas lança um sorriso e sente prazer ao ver o sangue jorrar por toda a cama.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Como se virar e ser um estagiário de jornalismo

Bem...ao longo de todo esse tempo que eu passei por algumas assessorias de comunicação e de imprensa, tenho acumulado alguma propriedade no quesito estágio, já são 3 diferentes empresas, pessoas maravilhosas que eu conheci e algumas experiências interessantes e outras bem engraçadas.Afinal de contas, não é porque estamos exercendo um papel social, que tem que ser maçante e chato.

Vamos direto aos pontos...

É fato que como todo novato de assessoria, a maioria da imprensa que liga atrás de informações, se você fala que é estagiário, não te dá tanta moral, e pede para falar com outra pessoa. Nesse caso apresente-se como estagiário, mas diga que sim, você pode ajudá-lo... mas se não souber, não invente moda e pergunte ao responsável, o que você faz naquele tipo de situação.

Ao chegar de pára-quedas na empresa... logicamente você não conhece como funciona exatamente, então pergunte tudo. Quem é quem, quem faz o que, qual o cargo, se a pessoa está acostumada ou não a dar entrevista. E outra coisa, pesquise sobre a área que você trabalha, para tentar evitar os erros. Prepare-se para as entrevistas, leia a respeito do assunto e anote os nomes de quem terá que entrevistar e claro telefones. Cheque informações, para não levar a chamada “barrigada” (informação errada ou mal apurada)
Saiba ouvir uma crítica....e aceitar que o seu texto não é o melhor do mundo e sim ele precisa ser editado, sim vai ser alterado, mas tudo isso é um aprendizado.

Nadaa de preguiça, se um repórter de algum meio de comunicação quer que você levante os dados e planilhas, faça-o! Posteriormente ele vai se familiarizar e perceber que o órgão está disposto a atender da melhor forma possível e vai se acostuma a te procurar quando precisar de ajuda ou de uma entrevista. Tente entender a lógica de funcionamento da empresa, e com o tempo algumas coisas você mesmo já consegue esclarecer ao público.

Em dia de eventos, com pessoas de cargo e etc, procure saber quem é cada um, porque se tiver que escrever um texto, a coisa flui mais fácil. E uma das gafes que eu pude ser a protagonista foi quando eu achei que o nome em uma lista era de mulher, e perguntei se a pessoa era a representante, vi um rosto de como assim e um: - Não, eu sou O fulano. Imaginem a minha cara de tacho. Mas foi engraçado. E tente saber dos eventos antes, para não aparecer neles parecendo um mulambo, porque é a partir daí que você começa a ser visto, porque as pessoas que estão no evento é quem possivelmente, um dia você poderá manter contato profissional.

Outra coisa, se o seu chefe te pedir para cobrir a inauguração de uma pedra na rua, discuta se é interessante, mas se ele alegar que é sim. Faça-o, sem resmungar.

Se a primeira coisa que te falarem, no caso da assessoria (o que é bem comum) que a sua obrigação é ler todo o jornal e preparar o clipping (matérias relacionadas à empresa), se não tem o costume é bom começar a se familiarizar, e não não faça cara feia, é uma das estratégias de analisar como o órgão é visto, e sim, colabora muito para o seu crescimento

. Além de dar uma certa malícia quanto a própria produção da matéria, evita as gafes do tipo abaixo.
 Quando o repórter espera uma declaração bombástica e o estagiário fala : ahh, não sei disso não, deve ser.Daí, sai no jornal do outro dia: “A Assessoria afirma desconhecer o assunto” #fail

Ou fazer alguma declaração que pode virar a manchete no dia seguinte que na tem nada a ver com a informação que deveria ser repassada.(Não seja inocente). Você começa a ficar detalhista e percebe que uma notinha hoje pode se transformar na grande matéria ou manchete de amanhã, bem como achar alguns erros no texto( mas isso já é outra história).

A maioria dessas dicas você não aprende durante o curso, mas pelo menos eu aprendi com o dia a dia, sim são coisas que captei a partir da observação diária. Aos novatos na área, espero ter ajudado, para quem já vive nesse ambiente de assessorias, só falei o óbvio. E para aqueles que desconhecem, bem vindo ao meu atual mundo.

Um tempo atrás...

O cheiro de chuva me lembrança a infância e começo da adolescência... quando eu sentia um prazer imensurável de fazer barquinhos de papel e ver descer a enxurrada, de acordo com a velocidade da água.Tá, se fosse pensar hoje em dia, não faria, porque entope os bueiros. Mas que eu ficava maravilhada, ah isso eu ficava.

Já na adolescência, lembrar os momentos que eu saia de casa com alguns amigos com a intenção de tomar banho de chuva. Fechar os olhos e sentir as gotas geladas pingando no rosto, escorrendo pelo corpo até ficar ensopada. Correr e sentir a chuva bater na pele como um chicote. Rir de tudo isso, como se fosse uma piada daquelas muito engraçadas.  Como nos divertíamos embaixo de alguma marquise que jorrava água. Imaginávamos de certo, uma cachoeira.

Depois de um certo tempo, você passa a ver tudo isso como peraltices sem sentindo, mas na época tudo parecia ter um gosto diferente. As crianças de hoje, não são como no meu tempo...tsc..tsc..

quinta-feira, 9 de junho de 2011

A profundidade daqueles doces olhos negros

Só você desnuda a minha alma
Entende a entropia do meu existir
Vejo a sua aura através da palavra

Sinto o seu olhar espreitar de solário
Ah, que verdadeiro calafrio

Calabouço que eu me jogo
E resgatando aos risos frios
Soturno noturno
Suntuoso fogo

Ah, como te quero bem
Longe ou perto
Mil vezes cem
Nem sei ao certo

sexta-feira, 27 de maio de 2011

O doce amargo das despedidas


Sempre me incomodou e muito dizer adeus, a pessoas, a manias, a fases, a parentes, a pessoas que vão dessa vida.Optava e opto por um até logo, ou te vejo em breve, mas a ideia de não as ter por perto, pertuba-me. Sou forte para muitas coisas, dor, machucado, fim de romances, mas parece que o fato de romper os laços de vez, me incomoda de uma forma única.

Quando as pessoas mais próximas morrem, por mais distante que seja a relação, sempre penso: poxa, nunca mais vou ouvir a voz, o sorriso, o brilho no olhar, a pessoa se mexendo, brigando, rindo, conversando, andando pelos cantos dos lugares, contando mentiras ou verdades. Parece que quando a pessoa se vai de uma vez, um pedaço das experiências que tivemos juntos, vai com ela...

Até as despedidas momentâneas como um até logo a mãe ou ao pai, um adeus a um amigo querido, a avó, parece que desponta aquela pontadinha de vazio.No fundo acredito ser medo de não as ver novamente, não que desejo que isso aconteça, mas porque a vida é efêmera o bastante, para quebrar alguns laços cotidianos.

Mesmo aquelas que você pede a pessoa para que não te procure nunca mais, ou simplesmente desaparece da rotina delas, desponta uma pitadinha de amargura por não ter a presença ou o incômodo das vivências.

Ah, como eu dispenso e fujo das despedidas...se pudesse nunca diria um adeus, a maioria não entende o porquê evitar tal retirada silenciosa. Àquela saída à francesa, muitos a tomam como rude ou egoísta, enfim penso ser só um modo de não cortar os laços, de evitar o adeus, de dizer nas entrelinhas um te vejo logo mais.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Quando a vida anda numa velocidade mais lenta e você tem a sensação de experimentar o dia calmamente. Está ai o sentido , desperta para coisas que não vê, com a correria. Como o cantar dos pássaros na janela, o lindo sol que ilumina e nos aquece todos os dias, ou mesmo aquela brisa gelada que decora a paisagem e rasga o rosto em um sopro.  Respirar fundo, sentir-se viva, dormir até o corpo realmente descansar.

Ter preocupações, mas não o bastante para atordoar a cabeça. Ahh. como eu gosto do barulho da chaleira apitando e aquecendo a água para receber o café. Aquele som de borbulhar.  E o mar, ah quanto tempo não o vejo...com o volume da natureza guiando as ondas, que beija a praia em um ritmo sincronizado. Fico apaixonada por ver a lua perto do mar..Também me encanta o barulho da cachoeira, o cheiro de vida transmitido por ela.  O inspirar e expirar parece tão mais vivo. Me sinto como uma criança maravilhada. A água gelada batendo no corpo, as rochas ao redor, parecendo uma pintura divina. O olho fotografa todas essas experiências e as guarda por momentos, as decora conforme o olhar destinado a elas. Como diria o mestre Cartola, na sua poesia da simplicidade, da música alvorada :
 "O sol colorindo é tão lindo, é tão lindo e a natureza sorrindo tingindo tingindo"


Muita gente reclama da vida, há problemas a serem resolvidos a todo momento, conflitos políticos, sociais, econômicos, mas as vezes parar e se dar conta de que o mundo tem as suas belezas, não é pecado.


segunda-feira, 23 de maio de 2011

No fundo sou apenas mais uma romântica

No aconchego dos teus braços busco a minha paz
Apago o véu trágico-cômico sentimental
Desfaço-me das angustias diárias
Sou apenas eu, em cor e osso
De carne, corpo e alma

Brincamos de romance perfeito
Sinto a sua energia, suas vibrações
Bate uma pontinha de felicidade extravasando das minhas células
Pelos repentinos e breves momentos
O seu olhar cravado ao meu me dá um arrepio
Aquela sensação de ar puro e adrenalina
Isso podia durar a vida toda
Ah boba e romântica, eu sei
Me Atrapalho e extrapolo
Oito ou oitenta
Você já disse
Que posso fazer?
Se eu vivo no limite dos meus sentimentos
Se não disfarço ou escondo
Se o que penso em dizer, se materializa em frases
Ao mesmo tempo que me fecho em copas, me desnudo em palavras

Não me mastigue pelas beiradas
Fingindo nada acontecer

Vai e vem da minha vida como um sopro de primavera
Que no inverno vem dar o ar da graça


Viro meu mundo do avesso
Você nem repara
Toma-me como dissimulada

Você me devora
E eu fico atordoada

Tento seguir
Mas há algo que me prende a ti

Despeço-me com ar frio
Para ver se o meu coração
Escuta a voz da consciência,
De nada adianta


Retorno a olhar-te
Com os oblíquos olhos da primeira vista.

sábado, 7 de maio de 2011

Visão libertária do amor


Toda forma de amor é válida. Em recente decisão do Supremo Tribunal Federal foi decidido que casais homossexuais poderiam se casar perante o Juiz de paz. Nada mais justo, afinal de contas, desde que o mundo é mundo, é inegável que exista esse tipo de relação, é o fim de uma hipocrisia social, pois o Brasil em sua carta magna afirma ser um Estado laico, ou seja, não são costumes de igrejas que deveriam ditar as leis.

Porque negar a essas pessoas o reconhecimento de suas decisões?Em outras épocas ser homossexual era motivo para se matar um ser, mas na sociedade em que vivemos que as máscaras da hipocrisia andam a cair, e as pessoas a cada dia que passam, assumem publicamente a sua orientação sexual, isso já deveria ser direito do cidadão.

E não, não acho que vai rechaçar valores familiares, isso para mim, é apenas uma forma de preconceito velado. Pessoas da mentalidade do Bolsonaro, por exemplo. Quer queira a lei ou não, as pessoas não vão deixar de se unir, por meras questões legais, são razões bem além dessas. Hoje, vi um caso no jornal, de duas mulheres que vivem juntas há mais de 18 anos, o que a lei vai garantir é só o que ela já dita em seus incisos e artigos, o direito que já consta no seu primeiro artigo, o da cidadania, da dignidade da pessoa humana. Bom ver que os caros magistrados reconheçam que estas pessoas sofrem rotineiramente com conceitos do tempo dos homens das cavernas, e que sim, tem o direito de escolher sobre a própria vida.

Conforme o grau de desenvolvimento social e cultural, os países ajustam as suas leis para atender o cidadão homossexual. Nos Estados Unidos, isso é bem dividido, há distritos que o consideram ilegal, e outros que o reconhecem socialmente. Na União Europeia, em 1994, foi instituído uma resolução que promulga limites de idade para o consentimento sexual, igualdade de trabalho no âmbito público e particular, direitos e vantagens de casamento e adoção.

O primeiro país a autorizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo foi a Holanda, em 2001,seguidos pela Alemanha.Na Bélgica foi adotada em 2003, aplicando-se aos estrangeiros em 2004. Na Inglaterra, em 2004. Já no Canadá, em 1997, uma província reconheceu o direito, a possiblidade de tutela e adoção dos homossexuais.

Histórico

 Na Grécia antiga, a homossexualidade influía diretamente na iniciação do jovem à vida pública, como uma forma de ativar a masculinidade e o mundo adulto, em detrimento da condição infantil.Já, na Grécia Clássica, os grandes filósofos como Aristóteles e Sócrates o reconheciam como a forma de amor mais sublime, o segundo o considerava uma anormalidade, mas como a maneira mais plena, tanto de amor como de amizade.
Em Roma, foi acolhida a homossexualidade entre homens desde que estes não se reconhecessem como passivos, na relação.

A questão tomou outros rumos na Idade Média, no qual o poderio da Igreja Católica era muito forte. Alguns teólogos afirmam que essa homofobia surgiu de uma visão do judaísmo de manter e preservar o grupo étnico. E 1179, no Conselho de Latrão, homossexualismo foi considerado crime, inclusive com pena de morte.

No século 19, homossexualismo deixa de ser considerado crime, e os cientistas da época começam a tratar como doença. Nessa época surgem as alcunhas homossexuais e heterossexuais. Em 1985, o conceito de doença de distúrbio mental é deixado de lado, e o termo passa a ser considerado como de ordem psicossocial, ou seja, falta de ajuste por discriminação religiosa ou sexual. A década de 60 é marcada pela luta dos grupos, em prol da liberdade sexual.  

Por tudo isso, acredito e dou fé que toda forma de amor é válida e deveria ser garantida, afinal de contas, as leis são feitas em prol dos cidadãos, para os resguardá-los e respaldar o direito de exercer a cidadania.

A raiz da vida está na simplicidade.
De que vale a arrogância, se o mais belo é invisível aos olhos?
A fase mais bonita da vida é quando você reconhece que não é melhor e nem pior a ninguém, apenas um ser humano de carne e osso.
Preconceito,Conceitos e pós-conceitos estão todos em constante transformação
E conforme o sopro de um vento, faz tudo cair por terra.
Quero usar o meu melhor sorriso, todos os dias.
Cativar as pessoas, sem delas esperar o retorno.
Fazer o constante exercício de ser tolerante com os meus defeitos e o do próximo.
Conviver com as diferenças é essencial para o amadurecimento
Saber perdoar, escutar e entender é uma prática que deve ser rotineira.
Parar de reclamar das dificuldades e reconhecer o lado bom da vida, tudo fica mais leve.


terça-feira, 3 de maio de 2011

O ciclo

Finda-se uma fase....ah como mudanças são difíceis.
Acostumar com um ambiente e abrir mão para novas experiências é árduo, a mesma coisa de despregar o cordão umbilical. Por vezes, a rotina nos priva de aproximações mais amistosas, e a convivência ensina que viver é um ato constante de aprendizado e tolerância das diferenças entre os seres humanos.

 Pode parecer pouco, mas me apeguei a vocês, me ensinaram e me deram afetos que eu nunca imaginei em um ambiente profissional, por vezes me senti a filha torta ou amiga.
Foi uma troca primorosa estar ao lado de todos, aprender com os erros, lidar com a pressão profissional que cada dia parece aumentar mais, as conversas profissionais, as discussões amigas.

Uns eu tive muito contato, outros nem tanto, mas os bons dias e boas tarde, já fizeram muitos dias ruins, se alegrarem.  Espero que a Superintendência do Trabalho e Emprego no Estado de Goiás persiga cada dia mais os seus objetivos, de aproximar e zelar pela classe que movimenta o país, os trabalhadores, os empresários e todos os laços que envolvem essas relações. Bem como, que o seu corpo de servidores seja valorizado com o tão sonhado plano de carreira e salários.  Não digo um adeus, mas um até logo a todos vocês.
Também  achei essas belas palavra do poeta Vinicius de Moraes que expressam o desejo de manter amizade construída. Muito obrigada por tudo.

Soneto do amigo

Los Angeles

Enfim, depois de tanto erro passado 
Tantas retaliações, tanto perigo 
Eis que ressurge noutro o velho amigo 
Nunca perdido, sempre reencontrado. 

É bom sentá-lo novamente ao lado 
Com olhos que contêm o olhar antigo 
Sempre comigo um pouco atribulado 
E como sempre singular comigo. 

Um bicho igual a mim, simples e humano 
Sabendo se mover e comover 
E a disfarçar com o meu próprio engano. 

O amigo: um ser que a vida não explica 
Que só se vai ao ver outro nascer 
E o espelho de minha alma multiplica...

Doce solidão


Muitos reclamam de estar sozinhos, ou nunca achar a tampa da panela. Particularmente, no movimento conturbado das minhas relações amorosas, estou pela primeira vez curtindo esse momento introspectivo, só meu.

De viagem e reflexão de conceitos e novas fórmulas, de aprimoramento da minha individualidade, de desprendimento de histórias amargas, tóxicas e ilusões.
Sinto a leveza que há muito não me pertencia, quebro a ilógica de relações familiares hipócritas.

Responsabilidade, sim, e muita, mas nunca um espaço reticente, pelo contrário, minhas idéias, gostos e palpites estão à flor da pele. Cada dia é um leão a ser morto, mas é assim que eu quero viver, que eu sempre sonhei viver. Pagar meus pecados, me possibilitar a chance de cometer erros, instituir os meus limites como universais.

 Regrar o meu dia e noite, controlar o tempo a favor dos objetivos traçados nos meus sonhos. Ahhh solidão como tu me dá espaço para pensar, aprimorar o meu contato com o mundo, fugir de tudo que me prendia como ser humano, me desnudar de preocupações banais á noite e vestir a armadura ao nascer do outro dia.
Conquistei o equilíbrio, no silêncio, na pasmaceira da escuridão que resplandece na clareza dos meus pensamentos da frivolidade dos minutos de individualismo.



domingo, 1 de maio de 2011

"Ponha a roupa de domingo e pode me esquecer"

li essa citação e me inspirei.


Deixe que alguém te roube o coração
Mas não aceite migalhas de sentimentos
Não as dê direito de decidir sobre os seus princípios,
 a sua essência
Ah, cansei de esperar por espaço na sua vida

Mudei muita coisa em mim
Cabelo, casa, roupas, sonhos
Mas a minha consciência está intacta
E apesar de os meus limites não serem os convencionais
Sim, eles existem.

Minha cabeça me guia durante a vida toda
Não seria agora que ela me trairia
Quero ter a minha alma limpa de atitudes

Eu sou feita de poeira das estrelas
E como elas, deixo rastro pelo mundo

Não, não quero meio amor
Quero um inteiro e meio
Que caiba duas pessoas,
Não três
E um meio termo.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Dias em que a cabeça trava - explicações


Não é difícil ter algo em mente para escrever, seja para o trabalho em Assessoria, na faculdade, a toa como escrevo nesse rascunho e compartilho as minhas alegrias, frustrações, tristezas,  reflexões.É um exercício que proponho quase diariamente, aplicando aquilo que li nos jornais. Mas ontem, parece que quando você está tentando lapidar um diamante e ele se despedaça na sua frente. Fica tudo tão sem graça.
Perde-se o tesão do momento inicial da escrita, a criação mental exaustiva,  o processo de filtro de tudo o que se ouve ou vê. Uma análise de percepção do ambiente que gira em torno da gente.

Sobra só um pensamento positivo, aquele de que o novo texto será melhor do que aquele planejado, arquitetado, organizado e reorganizado na disposição das palavras, sintaxe, concordância, uso de figuras de linguagem, de expressão, pensamento narrativo poético. Por um minuto, ou breve tempo, parece que a cabeça trava como um computador.
Dá aquele branco total, e agora?
Respira?Conta até 10?

Todas as idéias desnecessárias preenchem o cérebro, nesse momento tenso. Outro exercício que funciona é puxar e escrever o que vier primeiro, como se fosse um brainstorm publicitário. Organizar em caixinhas e manter o controle, quem sabe escrevendo o que devo fazer,  internalizo esses conceitos, como diria o educador Paulo Freire.

Isso foi só um desabafo....quem sabe, desbitola as idéias da cabeça.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Meio sem inspiração por esses dias...então vou colocar um dos textos que mexeu comigo hoje. 
Annabel Lee
(de Edgar Allan Poe) 
  
Foi há muitos e muitos anos já, 
Num reino de ao pé do mar. 
Como sabeis todos, vivia lá 
Aquela que eu soube amar; 
E vivia sem outro pensamento 
Que amar-me e eu a adorar.  
Eu era criança e ela era criança, 
Neste reino ao pé do mar; 
Mas o nosso amor era mais que amor -- 
O meu e o dela a amar; 
Um amor que os anjos do céu vieram 
a ambos nós invejar.  
E foi esta a razão por que, há muitos anos, 
Neste reino ao pé do mar, 
Um vento saiu duma nuvem, gelando 
A linda que eu soube amar; 
E o seu parente fidalgo veio 
De longe a me a tirar, 
Para a fechar num sepulcro 
Neste reino ao pé do mar.  
E os anjos, menos felizes no céu, 
Ainda a nos invejar... 
Sim, foi essa a razão (como sabem todos, 
Neste reino ao pé do mar) 
Que o vento saiu da nuvem de noite
Gelando e matando a que eu soube amar.  Mas o nosso amor era mais que o amor
De muitos mais velhos a amar, 
De muitos de mais meditar, 
E nem os anjos do céu lá em cima, 
Nem demônios debaixo do mar
Poderão separar a minha alma da alma 
Da linda que eu soube amar.  
Porque os luares tristonhos só me trazem sonhos
Da linda que eu soube amar; 
E as estrelas nos ares só me lembram olhares
Da linda que eu soube amar; 
E assim 'stou deitado toda a noite ao lado 
Do meu anjo, meu anjo, meu sonho e meu fado, 
No sepulcro ao pé do mar, 
Ao pé do murmúrio do mar

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Liberdade de Imprensa e direito a dignidade da pessoa humana

tá...sou apenas uma estudante de jornalismo que leu poucas coisas a respeito de dignidade da pessoa humana prevista na Constituição Federal de 1988, mas estou lançando a minha visão recortada sobre esse assunto. Hoje fui a uma exposição de um trabalho sobre tal assunto.
Sei que o primeiro artigo e vários outros tratam sobre o tema, entendo e vejo que o retrato da mídia, as vezes, não é o correto, que toma posição de senhor da verdade, julga antes do veredicto final do Juiz.

Mas me atentei a um fato que os meus caros colegas futuros juristas e juristas já renomados, não se ocupam em discutir a mídia.

É fácil, criticar. O difícil é fazer o papel de mídia.
É fácil culpar esse ou aquele veículo de imprensa sobre tomar as rédeas de julgamentos, vários são os exemplos, mas um dos pontos primordias, ao meu ver, um conselho federal para a classe, esse é tomado como censura prévia por boa parte dos caros juristas.

O conselho, como o de Medicina, a Ordem dos Advogados, faria esse papel, não de censurar, mas de trazer uma reflexão social sobre o papel da imprensa, da divulgação da informação, do uso e abuso de imagens, só quem observa analiticamente e vive esse conturbado mundo, pode percebe essa necessidade gritante.

Mas, sou apenas uma quase jornalista....(um dia eu chego lá) refletindo sobre a discussão.

verborragia


Vontade de morder as nuvens
Ah se o céu estivesse perto dos meus dentes
Eu mordia vorazmente
Pedacinho por pedacinho
A cumbulus nimbus suntuosa
De formato assombroso
Traça o fim do verão
O renascer do Outono
Como num sopro do raiar da aurora
Meus gritos rangem com o nascer do sol
O barulho ensurdecedor do relógio
Marca o início de mais um dia.
Bom dia, a noite já se foi.

tenho por vocês um apreço imenso

cada vez que paro para refletir sobre a definição do termo amizade, me dá uma pontinha de felicidade e emoção.


O que de fato significa essa palavra?


bem, para mim é aquela coisa que vocÊ cria apreço por pessoas, se preocupa.
Tenta dar uma de irmã mais velha ou mais nova as vezes, ou apenas aluga os ouvidos para os problemas.
Troca confissões, faz planos de se ver, de viajar, se orgulha dos feitos dessa 
pessoa.

COnvive, briga, cuida, mostra os próprios erros desnudados, ouve os conselhos,  dá palpite sobre a vida sentimental,  profissional e eteceteras.


Os meus amigos são pedaços da minha essência,  partes indecifravéis de bons e maus momentos. As vezes a vida afasta momentaneamente, seja por objetivos e sonhos particulares, mas o afeto e o carinho de cada segundo vivido perto de todos eles, me fazem feliz.


Têm aqueles que o contato é difícil....o tempo não ajuda a compartilhar os dias.


Amigos, vocês são os meus irmãozinhos tortos, adotados de todo coração. As vezes, parece difícil demonstrar e dedicar o tempo que precisam, mas saibam cada momento, sorriso, choro, conversa são únicos, estão impressos na minha história.


Obrigado por existirem. 



sexta-feira, 22 de abril de 2011

metade de mim te deseja com todo coração
a outra parte incessantemente foge

metade de mim são extensas declarações
a outra parte prefere o silêncio

metade de mim aceita tudo e luta
a outra discute e não admite o quão gosta

metade sonha com você do lado
a outra parte fala que tudo isso é ilusão

metade decidi ir atrás de você
a outra parte pensa em morar fora do país

metade de mim acredita nos seus sentimentos
a outra fala que é tudo mentira

metade de mim te ama
a outra tem raiva eterna

metade de mim sorri, por você existir
a outra parte também não resiste

metade de mim estremece ao ouvir sua voz
a outra parte fica boba, sem saber o que dizer

metade de mim sonha
a outra metade desconstroi a imaginação

metade quer continuar a viver no passado
a outra está no presente e desacredita na história

a metade que desiste é a razão
a outra que insiste é o coração
e agora, José?

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Você é a minha dose diária de veneno.
O céu e inferno.
A minha paz e o grau de entropia.
A página que nunca vai virar e nem virou na vida.

A minha cólera reprimida, a explosão de sentimentos, o desespero.
O yin e o yang.
Aquele que me desestabiliza, me provoca amor e raiva.

É a calmaria e a ressaca do mar.
O casamento de sol com chuva.
A pontada de esperança, e a faca da morte.

A estaca pregada no meu peito.
O olho do furacão.
O segredo
O desejo.

O que mais quero.
O meu chão
A vertigem.
O doce e o amargo da língua.
A íngua do cavalo.
O disparar do coração
O traçado da mão

POr ti aguardo, guardo o resto dos meus dias para ti.
Ela dorme, ele a observa.
Como num tango de passos marcados,  o movimento dos dois parece ser sincronizado.
Ele a abraça,  ela sorri dormindo.
A meia luz define a silhueta dos corpos nus, no calor da alcova.
Ele escuta a respiração dela e a acaricia.
Ela então dá mostras de que está sentindo.
O cheiro de amor desfrutado.
O pecado da carne entre os lençois brancos.
A cama, mas parece um guardanapo amassado...
O ar envolta a noite dos que amam...
A taça de vinho a beira da cama é a prova do dia anterior. Ela de cócoras, nua em pelo...Ele apoia o rosto com um abraço e alisa as costas dela.
Ela então abre os olhos...e vê que não há nada ao redor.
Sim, era um sonho, o presságio da espera do seu retorno.

sábado, 16 de abril de 2011

Apenas uma homenagem ao Grande Mestre Gabriel García Márquez

Hoje não vou me arriscar com as palavras, mas sim dedicar a vocês, um dos meus textos favoritos...deliciem-se, pessoas.

A melhor profissão do mundo 
Gabriel García Márquez 

"Há uns cinqüenta anos não estavam na moda escolas de jornalismo. Aprendia-se nas redações, nas oficinas, no botequim do outro lado da rua, nas noitadas de sexta-feira. O jornal todo era uma fábrica que formava e informava sem equívocos e gerava opinião num ambiente de participação no qual a moral era conservada em seu lugar." 

"Não haviam sido instituídas as reuniões de pauta, mas às cinco da tarde, sem convocação oficial, todo mundo fazia uma pausa para descansar das tensões do dia e confluía num lugar qualquer da redação para tomar café. Era uma tertúlia aberta em que se discutiam a quente os temas de cada seção e se davam os toques finais na edição do dia seguinte. Os que não aprendiam naquelas cátedras ambulantes e apaixonadas de vinte e quatro horas diárias, ou os que se aborreciam de tanto falar da mesma coisa, era porque queriam ou acreditavam ser jornalistas, mas na realidade não o eram." 

"O jornal cabia então em três grandes seções: notícias, crônicas e reportagens, e notas editoriais. A seção mais delicada e de grande prestígio era a editorial. O cargo mais desvalido era o de repórter, que tinha ao mesmo tempo a conotação de aprendiz e de ajudante de pedreiro. O tempo e a profissão mesma demonstraram que o sistema nervoso do jornalismo circula na realidade em sentido contrário. Dou fé: aos 19 anos, sendo o pior dos estudantes de direito, comecei minha carreira como redator de notas editoriais e fui subindo pouco a pouco e com muito trabalho pelos degraus das diferentes seções, até o nível máximo de repórter raso. 

A prática da profissão, ela própria, impunha a necessidade de se formar uma base cultural, e o ambiente de trabalho se encarregava de incentivar essa formação. A leitura era um vício profissional. Os autodidatas costumam ser ávidos e rápidos, e os daquele tempo o fomos de sobra para seguir abrindo caminho na vida para a melhor profissão do mundo - como nós a chamávamos. Alberto Lleras Camargo, que foi sempre jornalista e duas vezes presidente da Colômbia, não tinha sequer o curso secundário. 

A criação posterior de escolas de jornalismo foi uma reação escolástica contra o fato consumado de que o ofício carecia de respaldo acadêmico. Agora as escolas existem não apenas para a imprensa escrita como para todos os meios inventados e por inventar. Mas em sua expansão varreram até o nome humilde que o ofício teve desde suas origens no século XV, e que agora não é mais jornalismo, mas Ciências da Comunicação ou Comunicação Social. 

O resultado não é, em geral, alentador. Os jovens que saem desiludidos das escolas, com a vida pela frente, parecem desvinculados da realidade e de seus problemas vitais, e um afã de protagonismo prima sobre a vocação e as aptidões naturais. E em especial sobre as duas condições mais importantes: a criatividade e a prática. 

Em sua maioria, os formados chegam com deficiências flagrantes, têm graves problemas de gramática e ortografia, e dificuldades para uma compreensão reflexiva dos textos. Alguns se gabam de poder ler de trás para frente um documento secreto no gabinete de um ministro, de gravar diálogos fortuitos sem prevenir o interlocutor, ou de usar como notícia uma conversa que de antemão se combinara confidencial. 

O mais grave é que tais atentados contra a ética obedecem a uma noção intrépida da profissão, assumida conscientemente e orgulhosamente fundada na sacralização do furo a qualquer preço e acima de tudo. Seus autores não se comovem com a premissa de que a melhor notícia nem sempre é a que se dá primeiro, mas muitas vezes a que se dá melhor. Alguns, conscientes de suas deficiências, sentem-se fraudados pela faculdade onde estudaram e não lhes treme a voz quando culpam seus professores por não lhes terem inculcado as virtudes que agora lhes são requeridas, especialmente a curiosidade pela vida. 

É certo que tais críticas valem para a educação geral, pervertida pela massificação de escolas que seguem a linha viciada do informativo ao invés do formativo. Mas no caso específico do jornalismo parece que, além disso, a profissão não conseguiu evoluir com a mesma velocidade que seus instrumentos e os jornalistas se extraviaram no labirinto de uma tecnologia disparada sem controle em direção ao futuro. 

Quer dizer: as empresas empenharam-se a fundo na concorrência feroz da modernização material e deixaram para depois a formação de sua infantaria e os mecanismos de participação que no passado fortaleciam o espírito profissional. As redações são laboratórios assépticos para navegantes solitários, onde parece mais fácil comunicar-se com os fenômenos siderais do que com o coração dos leitores. A desumanização é galopante. 

Não é fácil aceitar que o esplendor tecnológico e a vertigem das comunicações, que tanto desejávamos em nossos tempos, tenham servido para antecipar e agravar a agonia cotidiana do horário de fechamento. 

Os principiantes queixam-se de que os editores lhes concedem três horas para uma tarefa que na hora da verdade é impossível em menos de seis, que lhes encomendam material para duas colunas e na hora da verdade lhes concedem apenas meia coluna, e no pânico do fechamento ninguém tem tempo nem ânimo para lhes explicar por que, e menos ainda para lhes dizer uma palavra de consolo. 

'Nem sequer nos repreendem', diz um repórter novato ansioso por ter comunicação direta com seus chefes. Nada: o editor, que antes era um paizão sábio e compassivo, mal tem forças e tempo para sobreviver ele mesmo ao cativeiro da tecnologia. 

A pressa e a restrição de espaço, creio, minimizaram a reportagem, que sempre tivemos na conta de gênero mais brilhante, mas que é também o que requer mais tempo, mais investigação, mais reflexão e um domínio certeiro da arte de escrever. É, na realidade, a reconstituição minuciosa e verídica do fato. Quer dizer: a notícia completa, tal como sucedeu na realidade, para que o leitor a conheça como se tivesse estado no local dos acontecimentos." 

"O gravador é culpado pela glorificação viciosa da entrevista. O rádio e a televisão, por sua própria natureza, converteram-na em gênero supremo, mas também a imprensa escrita parece compartilhar a idéia equivocada de que a voz da verdade não é tanto a do jornalista que viu como a do entrevistado que declarou. Para muitos redatores de jornais, a transcrição é a prova de fogo: confundem o som das palavras, tropeçam na semântica, naufragam na ortografia e morrem de enfarte com a sintaxe. 

Talvez a solução seja voltar ao velho bloco de anotações, para que o jornalista vá editando com sua inteligência à medida que escuta, e restitua o gravador a sua categoria verdadeira, que é a de testemunho inquestionável. De todo modo, é um consolo supor que muitas das transgressões da ética, e outras tantas que aviltam e envergonham o jornalismo de hoje, nem sempre se devem à imoralidade, mas igualmente à falta de domínio do ofício. 

Talvez a desgraça das faculdades de Comunicação Social seja ensinar muitas coisas úteis para a profissão, porém muito pouco da profissão propriamente dita. Claro que devem persistir em seus programas humanísticos, embora menos ambiciosos e peremptórios, para ajudar a constituir a base cultural que os alunos não trazem do curso secundário. 

Entretanto, toda a formação deve se sustentar em três vigas mestras: a prioridade das aptidões e das vocações, a certeza de que a investigação não é uma especialidade dentro da profissão, mas que todo jornalismo deve ser investigativo por definição, e a consciência de que a ética não é uma condição ocasional, e sim que deve acompanhar sempre o jornalismo, como o zumbido acompanha o besouro. 

O objetivo final deveria ser o retorno ao sistema primário de ensino em oficinas práticas formadas por pequenos grupos, com um aproveitamento crítico das experiências históricas, e em seu marco original de serviço público. Quer dizer: resgatar para a aprendizagem o espírito de tertúlia das cinco da tarde. 

Um grupo de jornalistas independentes estamos tratando de fazê-lo, em Cartagena de Indias, para toda a América Latina, com um sistema de oficinas experimentais e itinerantes que leva o nome nada modesto de Fundação do Novo Jornalismo Ibero-Americano. É uma experiência piloto com jornalistas novos para trabalhar em alguma especialidade - reportagem, edição, entrevistas de rádio e televisão e tantas outras - sob a direção de um veterano da profissão." 

"A mídia faria bem em apoiar essa operação de resgate. Seja em suas redações, seja com cenários construídos intencionalmente, como os simuladores aéreos que reproduzem todos os incidentes de vôo, para que os estudantes aprendam a lidar com desastres antes que os encontrem de verdade atravessados em seu caminho. Porque o jornalismo é uma paixão insaciável que só se pode digerir e humanizar mediante a confrontação descarnada com a realidade. 

Quem não sofreu essa servidão que se alimenta dos imprevistos da vida, não pode imaginá-la. Quem não viveu a palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo do furo, a demolição moral do fracasso, não pode sequer conceber o que são. Ninguém que não tenha nascido para isso e esteja disposto a viver só para isso poderia persistir numa profissão tão incompreensível e voraz, cuja obra termina depois de cada notícia, como se fora para sempre, mas que não concede um instante de paz enquanto não torna a começar com mais ard
or do que nunca no minuto seguinte." 

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Pequena reflexão sobre Realengo


Tocou-me muito o coração a situação da escola de Realengo, explico, não só pelas famílias das crianças em total desespero, como do homem que só podia estar em total fase de delírio para cometer tal ato. Os meus olhos se encheram de lágrimas e parei para pensar nos meus irmãos, famílias e amigos, imaginar isso acontecendo com as pessoas que tanto amo, me faz refletir na efemeridade da vida. Perderia o chão se acontecesse com alguma pessoa que eu amo. Até a canção Aquele abraço de Gilberto Gil, a parte que fala :
"O Rio de Janeiro
Continua lindo
O Rio de Janeiro
Continua sendo
O Rio de Janeiro
Fevereiro e março
Alô, alô, Realengo
Aquele Abraço!", parece ter perdido um pouco do sentido. 

Reparo no pouco valor dado as relações pessoais, na sociedade do tempo escasso, dos contatos superficiais, da vida girando em torno apenas das obrigações, às vezes me entristeço. E se um dia a vida for interrompida como a dessas crianças, o que vai restar?

Será que o que faltou a esse homem foi a presença da família, a atenção para os seus problemas mentais e razões para matar infundadas.
E as famílias? Destroçadas, perdidas, depressivas. É...o tempo não volta.

Só tragédias para nos lembrar o quão é importante as pessoas que estão ao lado. O teatro imprevisível da vida pode tirar repentinamente os atores e atrizes da peça. Posso estar sendo piegas, hipócrita (cometo os mesmos erros) ou  repetindo os pensamentos de tantas outras pessoas, mas aprecie as pessoas enquanto elas ainda estão nesse mundo. Não as deixe sem que saibam sobre o sentimento que tem por elas. Interaja nem que seja para saber das histórias convencionais.



Ai..ai

Minhas pernas enroladas as tuas
 É  assim pelas ruas
passo as noites a imaginar-te


Os meus braços enlaçados ao teu pescoço
O seu hálito perto do meu corpo
Nos sonhos, afasto-me

Mas, a alma teimosa se entrega
Em desespera
Afligindo-se

Se desnuda do véu
Espera ao léu
Amar-te.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Então...ela se entregou, depois do primeiro olhar.
Não via mais sentido na vida, sem aquelas doces bilocas perto dos seus olhos.
Proibiu-se de se apaixonar de novo.
Não sabia como agir, nem o que pensar.
Você decifrava com ternura, enquanto eu relutava em esconder.
Era inevitável
Ela acreditava tudo ser uma ilusão, ele afirmava ser verdade
Sorria com os olhos, abraçava com as pernas....
Ai de ti...ai de mim...
Quantas vezes nos apaixonamos pela mesma pessoa?

domingo, 3 de abril de 2011

Maniacamente bipolar.

Tá....
Como eu escuto direto que sou bipolar, decidi pesquisar sobre o assunto.
O transtorno afetivo bipolar, a definição que se têm é a alternância de estados depressivos com maníacos.OA faixa encontrada para esse tipo de transtorno é entre os 20 e 30 anos, mas pode atingir pessoas de outras idades. É divido em dois : o tipo I e o II.
                                                                    "O tipo I é a forma clássica em que o paciente apresenta os          episódios de mania alternados com os depressivos. As fases maníacas não precisam necessariamente ser seguidas por fases depressivas, nem as depressivas por maníacas. Na prática observa-se muito mais uma tendência dos pacientes a fazerem várias crises de um tipo e poucas do outro, há pacientes bipolares que nunca fizeram fases depressivas e há deprimidos que só tiveram uma fase maníaca enquanto as depressivas foram numerosas. O tipo II caracteriza-se por não apresentar episódios de mania, mas de hipomania com depressão.
Outros tipos foram propostos por Akiskal, mas não ganharam ampla aceitação pela comunidade psiquiátrica. Akiskal enumerou seis tipos de distúrbios bipolares."
fonte :http://www.psicosite.com.br/tra/hum/bipolar.htm
  
Então, segundo essas informações e outras informações do site, esse transtorno traz uma variação de humor acelerada, de momentos de euforia e outras de irritação profunda.
" Há pacientes que só apresentam fases de mania, de exaltação do humor, e mesmo assim são diagnosticados como bipolares. O termo mania popularmente falando não se aplica a esse transtorno. Mania tecnicamente falando em psiquiatria significa apenas exaltação do humor, estado patológico de alegria e exaltação injustificada.
O transtorno de personalidade, especialmente o borderline pode em alguns momentos se confundir com o transtorno afetivo bipolar. Essa diferenciação é essencial porque a conduta com esses transtornos é bastante diferente."

Ps: depois termino o texto....explico o porquê de citar esse assunto aqui.
Voltando ao assunto...
não, não sou bipolar, gosto de mais da minha vidinha pra acabar com ela, em momentos de depressão profunda, como citado no texto. No máximo, sou considerada bipolar, porque hajo por impulso, mas tenho uma vida normal, e sou feliz dentro do possível.  

sábado, 2 de abril de 2011

Eu e o besouro voador

Não, não tinha levado em conta que morar só, acarretava alguns desafios...
Ontem, já há algumas horas da noite, estava eu distraída, sem televisão, ainda.
A observar, ouvindo algumas músicas no computador.
De repente, recebo a visita voadora....que ao invés de bater a porta, já invade pela janela.
Primeiro nos encaramos, depois de algum tempo tento pegá-lo desprevenido , ele avança sob o meu rosto.
Tento expulsá-la com as mãos, ele investe para cima de mim.
Não gosto de matar bichinhos, mas ele testou a minha paciência.
Lá vai eu, na ridícula cena de correr atrás do besouro, com a chinela na mão.
Cerco ele de um lado, solto um sorrisinho daqueles que diz : "agora, já era pra você."
Ele então parece sorrir também e ao invés de ficar com medo de mim,investe de novo no meu rosto.¬¬
Mas, eu não desisto.
E fico a correr de um lado pro outro atrás do besouro voador...
até que ele como se zombasse de mim, sai pela janela do mesmo jeito que entrou.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Quadrilha às avessas

Me desculpe o poeta Carlos Drummond, mas reli seu poema sob a ótica feminina contemporânea

Maria que amava Pedro,
Ela também sentia um amor adormecido por Sílvio, que era casado com Antonia.
Um dia acordou e se sentiu apaixonada por José.
Teve uma desilusão passageira de alguns anos com Carlos.

Frustou-se por meses com João.
Descobriu o significado da palavra prazer nos braços de Gabriel.
Teve uma paixão loucamente ciumenta por Paulo.

Por uma época, se desiludiu com os homens
Então, largou isso de romance pra lá e foi trabalhar.



Debruço meus olhos sobre ti
Espero por esse momento único
Como uma menina a espreita de uma boneca nova
Fugi....ah como fugi de ti.
Lutei e relutei comigo, todos esses anos.


Passei por uma década de sentimentos
Histórias, paixões, amores senis, ocasos infindáveis
Mas parece que o acaso da vida luta por nós
Prende-me a ti, como um ímã a uma peça de ferro

Como um baralho de cartas marcadas,
dados viciados ou uma dança ensaiada me lançam a ti
Tudo leva-me a teus braços


Sensação de andar numa roda gigante
Ou ser a modelo de um jogo da morte com facas
Aposto no tarot
Para enganar a vida e dar uma olhada no futuro
Ele me engana, distorce as novidades

Melancólica e angustiada me sinto
Você diz: “Eu te amo”
Eu digo : “Sempre te amei...”

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Nota

Ps: tá, de uns tempos para cá, esse blog tá muito sentimental...parece que estou na terapia e esse aqui é o meu divã.Só uma fase, gente.
Estou preparando um texto à la Edgar Allan Poe, uma homenagem a ele, porque fiquei fascinada com a teoria da perversidade do ser humano.
E também outros de assuntos mais sérios um pouquinho.Em breve...aguardem.^^
Tá, não cumpri o prometido...perdi o papel do texto em algum lugar.O dia que eu achar, posto.

Motivos pelos quais a minha vida amorosa é uma piada...

Não é novidade meter os pés pelas mãos.Há quem diga que a minha vida é uma daquelas séries americanas.
É triste cair em si e não perceber que tudo o que quer está do seu lado perfeito ou não. A impressão que tenho é que as fantasias  e os contos de fadas parecem ter mais gosto de mel.
Você fica de lado para lado, se perdendo em amores irreais e pequenas desilusões para perceber que tudo poderia ter sido mais simples.
Que vestir a carrapaça de durona, pode não ter sido a ideia mais brilhante de todas
A sensação que tenho é que quanto mais difícil mais se torna um desafio para mim, lógico com um certo limite. Sou realista e se for inviável, uma hora eu desisto...
É difícil perceber que o mundo não gira em torno do umbigo, que sim você se importa, se preocupa, não cola a frase "Não me importo com você"
O impulso sempre foi o meu guru, no quesito vida amorosa, principalmente. Tive amores de alguns minutos, uma hora, uma semana, meses, anos, atrasos de vida, rolos eternos e pessoas que nunca vou esquecer.
Como diz o poetinha Vinicius de Moraes "Que seja eterno posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure" é assim que quis levar a maioria dos meus romances.
Sempre fui extremista, há dias em que amo até os defeitos da pessoa, no outro não quero nem olhar para ela.
As vezes parece que sou bipolar...beiro o limite entre a histeria e a normalidade.
Parece que tudo o que vivi me tornou mais cética, mais protetora dos meus sentimentos e desejos. Sempre a espera da pessoa me decepcionar com algum ato.
Isso não faz bem....eu sei, quem sabe esse muro que criei ao meu redor, um dia desmorone.
Assim, espero.



 

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Sou assim...

Sei que não agrado a todos, tenho meus vícios, manias, fraquezas, qualidades, egoísmo... 

Tento sim roubar um pouco de todos para mim. Não, não tente enfiar uma ideia na minha cabeça que não me agrada, posso até escutar e entender o seu ponto de vista, mas isso as vezes não significa que concorde com você.
Confesso, sou egoísta quero sempre pessoas ao meu redor, mas ao mesmo tempo  não quero expor minha alma a qualquer pessoa.Escrever para mim é como uma terapia...a primeira recordação que tenho do contato com a escrita são dos meus toscos diários infantis. Em alguns dias, eu escrevia que apenas uma ida ao colégio, ou que eu odiava a minha mãe, ou por fim sobre algum  romancete de menina.
Numa análise fria, me pergunto: Em que me transformei?
Em meus ataques de cólera constantes, hesitações, conturbados sentimentos, certos devaneios de volúpia.
Sono desregrado, comida desregrada.

Parece que tem uma angústia no meu peito que não passa, não sei o que é, uma grande vontade de gritar, explodir, chorar, rir. Um misto de emoção que corroí a minha existência. Uma expectativa pelo desconhecido, uma frustração com a monotonia, um esgotamento embasado pelo tédio. A sensação que tenho é que se não viver no limite, inventar mil coisas para fazer, viajar, devorar livros, comidas diferentes, conhecer pessoas diferentes, me apaixonar setenta vezes sete mil, me jogar no mundo, parece que a vida foi uma grande página em branco.

Fotos, como eu as adoro. Todas tem um cheiro de vida grande. De como eu fui, como eu estou, como eram as roupas em determinada época, alguma espontaneidade, amigos antigos, amigos novos, desconhecidos intrometidos, olhares, sorrisos,abraços...ah se eu pudesse viveria a tirar foto de tudo que me circunda, principalmente das emoções mais sinceras.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

pt. saudações

Hoje em um breve momento de descontração com alguns colegas de faculdade bateu o peso dos 4 anos de curso...
Sim, peço licença para ser saudosista antes do tempo.
Esse é o último ano e isso parece dar um frio na barriga de mim e de todos que compartilharam esse tempo comigo.
Parece que foi ontem que eu tropecei no curso de jornalismo.
Já tinha arriscado outros cursos, até que o meu pai virou para mim e disse: "TEm certeza que é isso o que você quer?Não vai desistir de novo no meio do caminho?"

Tá, não nego. Essas palavras me deixaram assustadas e com algum peso de responsabilidade.
Aí lá vai eu
-Samantha, prazer.
-curso de jornalismo, prazer.
Feitas as devidas apresentações. Vi que tudo aquilo que discutimos me fascinava e também atiçava alguns outros como eu.
Não rotulando ninguém, mas só para recordar.
Tem aquela que esta sempre estressada. Tem a outra disposta a ajudar Deus, Raimundo e todo mundo. Tem aquele que tem a essência de poeta. Tem a que começa a contar histórias e demoraa horas, para concluir. Tem aquele do humor ácido e jeito intempestivo.  Tem aqueles que parece que caíram de para-quedas. Outros, esforçados e batalhadores que negocia daqui e segura dali para se formar. Tem a esforçada que sempre está a anotar as coisas. Aquele desajeitado, mas com alma de menino. Tem a turma que é fascinada com televisão. Outros são partidários e se envolvem diretamente com política.

Aquele outro com cara de lesado, mas espírito alegre. Outros que tem a cara de assessores de imprensa. Tem o que diz que tem problema, mas é esforçado e brilhante. Aqueles que lutam sempre para melhorar o texto. Os que se declaram apaixonados por cinema, documentário, os que mergulham nas ondas do rádio. Os que querem e tentam um curso melhor.

Aqueles que sonham escrever belos livros e serem grandes comunicadores sociais. A turma fissurada em diagramação e fotografia. E os que seguiriam por outros rumos antes do fim do curso....que não se encontraram dentro do jornalismo. Para não esquecer da dedicada que é um pouco mais jovem que os demais, e luta com unhas e dentes e é a caxias da turma.

E para não esquecer claro: os professores. Aquela que só fala de um tal de Nelson Traquina, Aquela outra que fala só no diminutivo com o aluno, aquela que desabafa e faz das aulas um misto de aprendizado e divã, aquela que parece que vive a 200km/h e tem uma certa agressividade na fala, aquele que só fala do tal do lead e parece que vive em outro mundo e sempre diz: O título reflete o olho e o lead. Aquele que diz que tudo conspira contra a opinião pública (brincadeira), aquela que fala de semiótica e de um tal de Peirce.

Aquela que olha o seu texto e sempre diz que tem que melhorar. Aquela que fala assim oh : ohh turrrrma, o Roquete Pinto, blá blá blá blá. Para não esquecer, aqueles que logo de cara falam: não se iluda, jornalismo não dá tanto dinheiro. Os que perceptivelmente tem tendência marxista, mas se negam.

Há também os que parece que vão tirar o sangue de cada aluno, e passam trabalhos que nem sabemos por onde começar...
Aquele viciado em redes sociais, os de humanísticas que nos levam a pensar na auto-imagem profissional, na sociedade e coisas relacionadas. Para não ficar de fora aquele que adora um bar e traz discussões importantes, faz um balanço da vida e afirma categoricamente: "Eu não gosto de dar aulas, gosto de pensar."

Tá, tudo bem. Você pode não gostar, mas de todo o certo e o errado e a variante indefinida do tempo. Você nos inspira a pensar.Que fique claro, tudo o que eu disse não são críticas, apenas boas recordações de um tempo proveitoso.

Sim, essa parece ser a última etapa para muitos de uma fase...muitos nos perderemos, seguiremos rumos diferentes, e outros tantos vamos esbarrar nessa linha complexa da vida. Foi um tempo de aprendizado, debates, brigas, convivência tumultuada,  descontrução de paradigmas, criação de outros, tropeços, queda da obrigatoriedade do diploma (quem nesse tempo não pensou, justo durante o nosso curso?), protestos em Brasília, viagens ao Festival Internacional de Cinema Ambiental , as cavalhadas em Pirenópolis, o chorinho no Centro de goiânia, a aula de fotografia no Parque Flamboyant

As vezes faltou mais mobilização para outras causas...talvez, não tenha sido o curso dos sonhos, para outros foi o pesadelo mais tenebroso, um tal apresentador diz por ai que certos confinados são nossos herois, discordo profundamente.

Herois, com H maiúsculo são todos que pensam e vivem de forma a torna o mundo um lugar melhor em pequenas atitudes. São aqueles que estão por trás de nós que fique sublinhado (os nossos familiares, amigos, maridos, mulheres, professores,colegas ) que alimentam as nossas almas e sonhos, aqueles que desfrutam dívidas, frustrações, conquistas do nosso lado. Herois são aqueles que tem ideais e vão traçando os caminhos para conquistá-los. (Tá, para varear, devo estar me excedendo e exagerando).

Que me perdoem os outros,não desmerecendo outras profissões, mas os meus herois estiveram ao meu redor, aprendendo a cada dia, batalhando por uma realidade ainda difusa nas nossas cabeças, lidando diariamente com o limite entre ética, moral e jornalismo.
A única coisa a dizer é pt.saudações(Ponto final e saudações) meus caros, não adeus como no título, um até logo. Espero acompanhar a carreira de todos. Sendo ligeiramente ansiosa e colocando um gosto de nostalgia, esse ano vai ter um gosto de agradecimento a vida e a vocês. Obrigado por essa aventura.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Doces noites perversas de verão

Ah o verão,
aquela sensação de bafo quente na nuca.
há dias em que o sol parece que vai rachar o chão de tão quente.
E pela noite que eu vago, a noite que se inicia com o por do sol
e a chuva de verão vem acalmar toda a quentura do dia.
Ah as madrugadas, nelas os amores se consumam
A perversidade da cidade está aflorada
A calmaria cobre com o seu manto negro o que de mais perverso acontece

ah doces noites de verão
Levanta os insones, dorme os inocentes
Esconde os vagabundos, as mulheres da vida,  os cachorros e gatos que caminham sorrateiramente
Traz os anseios escondidos a luz....cobre os pecados dos homens.

ah escuridão da vida boêmia, dos bares, das luzes amarelas.
como gosto de ti.
como me fascina desde os tempos áureos que incomodava minha mãe com grandes choros e soluços.
na adolescência me fazia passar por maus bocados no colégio.
na juventude traz a tona os pensamentos e as reflexões doces e sórdidas
e na velhice há de me acolher em um sono de uma vida toda de madrugadas, noitadas e bebedeiras.
Doce noite perversa de verão, como a ti estou fadada.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

diálogo

-Você vem me ver amanhã?
-Não posso.
- Porquê não pode?Você nunca pode...
- Quantas vezes vou ter que te falar? Não tem jeito, é muito longe...Estou com alguns problemas aqui, não vai dar. Já te falei isso mil vezes.
- ...tá.
- Vai dizer que ficou brava agora?
- Não, é que eu cansei de esperar.
- Meu bem, tenta me entender....
- Eu entendo, agora vai explicar isso para o meu coração. Ele é burro, não sabe a diferença de metros para quilômetros. Você só sabe me deixar sentindo a sua falta. Isso não é justo.
- Não fala assim comigo que eu me sinto pior ainda.
- Ai amô,sabe de uma coisa?
-O que é agora?
-Quanto mais diz que não para mim, que não pode, mas eu gosto de você .

cigarro, ciúmes, cerveja e futebol

Confesso, sou às avessas.
Homem tem que andar na linha.O ciúmes não pode ser daqueles descontrolados, mas conforme a situação pode virar.Essa coisa de discutir a relação, ah haja saco para isso.

Não tem coisa mais chata do que homem que reclama da quantidade de cerveja que a mulher bebe ou se ela curte um cigarro.Tampouco eles devem se meter se der na cabeça de escutar esse ou aquele som, a escolha é sua.Sim,mulheres também gostam de ter o dia livre para beber aquela cervejinha esperta mais as amigas e sair sem ele.

Também é irritante quando ele muda de canal, enquanto o seu time está jogando, ou subestima a sua inteligência em relação a futebol.E sem dúvidas, não existe melhor sensação do que  ir ao estádio, tomar aquela cerveja barata e ver o seu time do coração jogando, é preferível a  um passeio no parque ou ver um filme.

Qual o problema de uma mulher gostar de tudo isso?Quem disse que são coisas fundamentalmente masculinas?

Uma amiga minha me chamou de Maria Macho uma vez, só porque eu falei que gosto de tudo isso. Como disse sou às avessas,  sempre gostei de coisas ditas de "moleque", programas denominados tipicamente masculinos. Para ser sincera, sempre gostei de competir com os meninos, jogar bola com eles, disputar tudo e mais um pouco. Até na porrada eu saia.

E daí, deixei de ser menos mulher por isso?Tenho certeza que não.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

divagações sobre religião, fé e crenças...


Não quero convencer ninguém a pensar como eu, tampouco achar que o que digo é verdade universal.
Aqui vou fazer apenas considerações sobre o que acredito, a minha verdade sobre a religião. Não eu não acredito que tenho que ir a templos religiosos para me encontrar com Deus. Nem que se eu não for, Deus vai me condenar por isso. Tampouco que tenho que pagar dízimo ou qualquer coisa do tipo para prestar contas a Ele.Ou que ele vai me condenar, porque eu fiz isso ou aquilo. Acredito que o pior inquisitor é a própria consciência do ser humano.Para mim imagens religiosas são apenas imagens, ninguém deveria cultuá-las. Rituais como missa, batismo, páscoa, natal, simpatias, culto a Iemanjá são só tradições de um povo. E como todo ser humano, lógico tem alguns rituais que faço, mas participo deles mais por convenção social, por lembrar dos meus entes queridos, por tradição familiar.

Por exemplo, na minha família temos a tradição de receber a folia de reis, todo começo de ano. Esse ritual fez parte de toda a minha vida, desde a infância mais remota, por conta do meu avô que era folião. Era uma questão de honra para ele receber a folia dos santos reis em casa, sempre preparava aquele almoço típico com arroz, tutu de feijão, arroz com gueroba, carne com mandioca (gente, esqueci o nome que eles dão), e etc. Com o falecimento dele, a tradição se manteve por ele acreditar.

 Quando eu era pequena participei de dois batismo: um na Igreja e outro no dia de São João, mais conhecido como batismo de fogueira. Que hoje em dia poucas pessoas conhecem, é tradição entre os mais antigos.Outra coisa bem típica que eu passei a vida toda me submetendo foi ser benzida com ramos de alencrim ou outras folhinhas, minha vó dizia que era para livrar dos males.

Sem falar que durante a quaresma era sempre o mesmo cardápio na casa da minha vó: bacalhau de todo jeito, batata doce, arroz e feijão. Durante toda a quaresma...SEm falar no dia que o meu vó fechava a casa toda porque ia passar a procissão que ia encomendar as almas, o cortejo passava nas ruas em uma noite escura, com velas...Como eu tinha medo disso, e dos palhaços da folia de reis me pareciam assustadores. 
Hoje em dia, eles não são tão quanto antes, porque na minha época eles andavam com chicotes e realmente batiam na molecada que era encapetada. 

 Quando você é criança tem medo de coisas sobrenaturais e acredita em tudo o que os adultos dizem. Com o tempo percebi que era são crendices, e tradições que me ligavam aos meus alicerces culturais e familiares, faziam parte da minha essência, não acredito nessas coisas, que vão me curar com um ramo de alecrim ou coisa do tipo, mas respeito e tenho pela tradição. Fico realmente tocada com que fé as pessoas acreditam nisso ou naquilo outro, mas a minha verdade, a razão pela qual eu faço isso ou aquilo, não torna a verdade dessas pessoas a minha.  

Estudei por muitos anos o Espiritismo, já tive contato com Igrejas Evangélicas, Católicas, benzedeiras, adivinhos, a Videira.Não tenho preconceito com o fato das pessoas terem suas crenças e valores religiosos, mas também tenho o direito de ter o meu pensamento a respeito. A que eu tive mais contato que foi o espiritismo não consegui a vida toda  acreditar em psicografia, nem em incorporação. E olha que o meu contato era grande, fui por anos ao Centro de origem Kardecista. Já com as outras sempre tive desconfianças quanto aos preceitos e formas de pensar.

Para mim, algumas delas limitam o ser a visão de mundo, de existência, de limite. Essa questão de céu e inferno, não consigo acreditar de fato.Quando penso em céu ou inferno só me vem a cabeça imagens de filmes...nada mais, não consigo temer e nem acreditar que de fato existam. Para mim o céu e o inferno está dentro das pessoas, nas ações e atos que elas tomam consciente ou não. No que elas fazem umas as outras.

Não critico quem acredita nas religiões que citei, todas tem suas falhas e acertos.Suas maças maduras e podres. Prezo aquelas que pregam como principal preceito o amor ao próximo, o pensar no outro como alguém da família, a caridade em si, a fé na vida e nos sentimentos. O que adianta ir na Igreja se eu não enxergo os meus irmãos,  faço coisas para atrapalhar alguém?

Se Ele criou o livre arbítrio, isso te dá o direito de fazer o que achar melhor.Porque ele te limitaria em um templo?Em imagens?  Como disse, não estou querendo que concorde comigo.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Últimos capítulos.Não perca.(em tom de ironia...)

(voltando a novela...)

Capítulo Oito
Depois disso, claro como orgulhosa que sempre fui decidi que não ia mais atrás de você, nenhuma vez.Mal sabia eu que era mentira essa história de namorada.O seu irmão tinha inventado isso, porque gostava de mim.E no episódio do meu primeiro porre, sim ele tentou me beijar, eu bêbada só chorava e perguntava porque você tava fazendo isso comigo?E ele dizia : esquece ele, fica comigo.Ele está com ela faz é tempo.Outra detalhe que eu não sabia ele sempre competia com você em tudo, mas como eu o considerava um dos meus melhores amigos, acreditei nele, quando me contou do seu namoro. Daí, o que eu já tinha costume de fazer, que era sumir, essa época o fiz perfeitamente. Não pisei na rua e nem no seu prédio por meses. Nesse tempo vivi outras coisas e por ironia do destino, ou um plano mal feito seu, não sei.Você estava na porta do meu prédio conversando com um amigo. Até hoje, não sei ao certo, mas acho que sentiu minha falta, porque eu não atendia seus telefonemas, e também apaguei seu número da minha agenda.Esse dia que por acaso ou obra do destino te encontrei. Você todo sorridente, e eu com cara de poucos amigos...
Você:oi, quanto tempo, porque você sumiu de novo?
Eu: ah, (nesse ponto eu sou extremamente sincera) não quis atrapalhar o seu romance.
Você quase engasgou com essa frase minha e perguntou: como assim, linda?
Eu: ah relaxa, eu não me importo (nessa hora estava me rasgando por dentro, mas tem que mostrar superioridade)
Você: Não, eu não estou namorando. Estava saindo com aquela menina da festa, mas não é nada sério.
Eu: Pára de mentir, eu já sei de tudo...
Você: do que você sabe, me diz?Você não sabe de nada. Se soubesse, não fugiria tanto de mim e eu não procuraria outra.
Então, eu segurei o seu rosto com as minhas duas mãos, olhei bem nos seus olhos.Beije-te a testa, a face
e um selinho.Sem pronunciar sequer uma palavra, passei a mão nos seus cabelos e te abracei.
Você me olhou com cara de espanto, sem entender nada.
Eu pedi desculpas, disse que não tinha o direito.
Você me abraçou forte e me beijou até eu perder o fôlego.
Parecia um sonho...

Capítulo Nove
Isso o nosso romance embalou. Não, nunca te falei que eu gostava de você.Não sei porquê.Toda vez que nos encontrávamos era aquela coisa. Até que estava bom demais pra ser verdade. Você estava naquela fase de correr atrás de bolsa para estudar, estudando para o vestibular. Nunca me esqueço desse dia, você me mostra um folders desses de faculdade, abre um sorriso e diz eu ganhei uma bolsa para estudar aqui.Eu fiquei tão feliz por você, até o momento que me disse, mas tem um porém.Perguntei o que era.Você me disse: É lá em Minas Gerais...vou ter que me mudar para lá.

Eu: E daí, é o curso que você quer e não vai gastar nada, a bolsa é integral.
Depois disso, lanchamos e como sempre tocou violão para mim, aquela música que tinha feito, algumas dos Engenheiros do Hawai, uns rocks antigos. Curtimos esse momento, em paz.

Capítulo Dez- Último capítulo da novela
"E ai tá sabendo, o ônibus dele vai sair às 23 horas?", essa foi a frase que eu ouvi do seu irmão.
Tinhamos um jeitinho especial de nos divertir...principalmente, os meninos. Eles se vestiam de mulher e faziam gracinha pelas ruas.Nunca esqueço o dia que fomos expulsos do shopping por baderna, que um deles tentou "seduzir" o guardinha.

Para não passar em branco a sua despedida para Minas, não podia ser diferente. Sim, eles se vestiram de mulher ou fantasia de soldado americano, eu me recusei a me vestir de homem. (como eles insistiam nessa ideia, viu?!)E fomos todos para a Rodoferroviária, escondidos de você, em outro carro. A hora que você viu a bagaçeira dos seus amigos, com aqueles saltos, batons, sutien, e peruca.

 Primeiro, todo mundo que estava lá olhou assustado. Depois, um dos meninos foi assediado por um bêbado que falou que ele era uma gracinha. E por último, você ao ver aquela cena, o seu rosto era um misto de risada com choro.

 Claro, com todo aquele alarme você não tinha me visto. Um outro amigo seu, saiu correndo e rastejando naquele chão imundo. Lembra como gostávamos de pagar esses micos?Só entrei nessa brincadeira uma vez, e me vesti de homenzinho...Coçava o saco e tudo. Você se distraiu e não tinha me visto, até que eu cheguei caladinha e segurei a sua mão.

 Os seus olhos num misto de alegria e tristeza. Eu, manteiga derretida, desatei a chorar sem   parar.Você me abraçava e beijava com tanta força que os nossos amigos ficaram tirando sarro da gente um tempão. Aí, você segurou nos meus cabelos e me espreitou no seu peito como se nunca mais eu fosse te ver.Me fez prometer que ia em Minas te visitar...promessas que eu nunca cumpri.

Sim depois disso, nos perdemos um do outro por quase 5 anos. Eu me mudei para outro estado, você também.

 Você se casou, eu não. Isso tudo só para mostrar que romance só existe em novela, comédia romântica e livros. Afinal de contas, como diz o poeta Mr catra "Quer romance?Compra um livro."

Sinceramente vocês acharam que isso acabar num final feliz?Apenas lembro de você com um carinho enorme. Uma das pessoas que eu mais gostei e vou gostar na minha vida.