terça-feira, 14 de junho de 2011

Doce passado difuso

Passo por entre as ruas e vejo as noites escuras. Fito-te com o olhar, a espera, na ânsia, na angústia nua.Que foi feito de mim?Longe de ti. Já me perdi pelas colunas espessas e difusas no sex appeal dos meus desejos.

Flerto com a noite, fujo do dia, quem entende o desatino da minha alma?A clara carne anseia, o que a mente repreende e refuta. O estômago embrulha, as pernas tremem, a mente divaga, mas não há chances de dar o braço a torcer.
Vai e vem, não tem.
Mente e sente.
Sorriso entre os dentes.
Disfarça, se embaralha
Confunde, o perfume.
Meu ou seu?
Arrebatar, rema e mata
Dispersar, sem a conversa
Bate, sem dó
E fica o pó
Das reticências do passado.

conto macabro

Você chega assim de mansinho, eu deitada em meio aos lençois brancos, na cama de madeira crua. Cabelos emaranhados no travesseiro, rosto de quem ainda não acordou direito. Me olha com ar doce, agacha aos pés da cama, perto do tapete. A luz bate rente as cortinas e faz penumbra no quarto de paredes, móveis alvos. No exato momento, passa a mão fria e pálida por todo o meu corpo. Você com um olhar tresloucado, vestido de negro dos pés a cabeça.Enquanto isso, eu nada percebo, de diferente, apenas fecho os olhos e por um momento lanço um sorriso.Ao abrí-los novamente, deparo-me com você, machado nos punhos, e sem falar uma palavra desfere um golpe. Sem reação no exato instante, apenas arregalo os olhos.Você apenas lança um sorriso e sente prazer ao ver o sangue jorrar por toda a cama.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Como se virar e ser um estagiário de jornalismo

Bem...ao longo de todo esse tempo que eu passei por algumas assessorias de comunicação e de imprensa, tenho acumulado alguma propriedade no quesito estágio, já são 3 diferentes empresas, pessoas maravilhosas que eu conheci e algumas experiências interessantes e outras bem engraçadas.Afinal de contas, não é porque estamos exercendo um papel social, que tem que ser maçante e chato.

Vamos direto aos pontos...

É fato que como todo novato de assessoria, a maioria da imprensa que liga atrás de informações, se você fala que é estagiário, não te dá tanta moral, e pede para falar com outra pessoa. Nesse caso apresente-se como estagiário, mas diga que sim, você pode ajudá-lo... mas se não souber, não invente moda e pergunte ao responsável, o que você faz naquele tipo de situação.

Ao chegar de pára-quedas na empresa... logicamente você não conhece como funciona exatamente, então pergunte tudo. Quem é quem, quem faz o que, qual o cargo, se a pessoa está acostumada ou não a dar entrevista. E outra coisa, pesquise sobre a área que você trabalha, para tentar evitar os erros. Prepare-se para as entrevistas, leia a respeito do assunto e anote os nomes de quem terá que entrevistar e claro telefones. Cheque informações, para não levar a chamada “barrigada” (informação errada ou mal apurada)
Saiba ouvir uma crítica....e aceitar que o seu texto não é o melhor do mundo e sim ele precisa ser editado, sim vai ser alterado, mas tudo isso é um aprendizado.

Nadaa de preguiça, se um repórter de algum meio de comunicação quer que você levante os dados e planilhas, faça-o! Posteriormente ele vai se familiarizar e perceber que o órgão está disposto a atender da melhor forma possível e vai se acostuma a te procurar quando precisar de ajuda ou de uma entrevista. Tente entender a lógica de funcionamento da empresa, e com o tempo algumas coisas você mesmo já consegue esclarecer ao público.

Em dia de eventos, com pessoas de cargo e etc, procure saber quem é cada um, porque se tiver que escrever um texto, a coisa flui mais fácil. E uma das gafes que eu pude ser a protagonista foi quando eu achei que o nome em uma lista era de mulher, e perguntei se a pessoa era a representante, vi um rosto de como assim e um: - Não, eu sou O fulano. Imaginem a minha cara de tacho. Mas foi engraçado. E tente saber dos eventos antes, para não aparecer neles parecendo um mulambo, porque é a partir daí que você começa a ser visto, porque as pessoas que estão no evento é quem possivelmente, um dia você poderá manter contato profissional.

Outra coisa, se o seu chefe te pedir para cobrir a inauguração de uma pedra na rua, discuta se é interessante, mas se ele alegar que é sim. Faça-o, sem resmungar.

Se a primeira coisa que te falarem, no caso da assessoria (o que é bem comum) que a sua obrigação é ler todo o jornal e preparar o clipping (matérias relacionadas à empresa), se não tem o costume é bom começar a se familiarizar, e não não faça cara feia, é uma das estratégias de analisar como o órgão é visto, e sim, colabora muito para o seu crescimento

. Além de dar uma certa malícia quanto a própria produção da matéria, evita as gafes do tipo abaixo.
 Quando o repórter espera uma declaração bombástica e o estagiário fala : ahh, não sei disso não, deve ser.Daí, sai no jornal do outro dia: “A Assessoria afirma desconhecer o assunto” #fail

Ou fazer alguma declaração que pode virar a manchete no dia seguinte que na tem nada a ver com a informação que deveria ser repassada.(Não seja inocente). Você começa a ficar detalhista e percebe que uma notinha hoje pode se transformar na grande matéria ou manchete de amanhã, bem como achar alguns erros no texto( mas isso já é outra história).

A maioria dessas dicas você não aprende durante o curso, mas pelo menos eu aprendi com o dia a dia, sim são coisas que captei a partir da observação diária. Aos novatos na área, espero ter ajudado, para quem já vive nesse ambiente de assessorias, só falei o óbvio. E para aqueles que desconhecem, bem vindo ao meu atual mundo.

Um tempo atrás...

O cheiro de chuva me lembrança a infância e começo da adolescência... quando eu sentia um prazer imensurável de fazer barquinhos de papel e ver descer a enxurrada, de acordo com a velocidade da água.Tá, se fosse pensar hoje em dia, não faria, porque entope os bueiros. Mas que eu ficava maravilhada, ah isso eu ficava.

Já na adolescência, lembrar os momentos que eu saia de casa com alguns amigos com a intenção de tomar banho de chuva. Fechar os olhos e sentir as gotas geladas pingando no rosto, escorrendo pelo corpo até ficar ensopada. Correr e sentir a chuva bater na pele como um chicote. Rir de tudo isso, como se fosse uma piada daquelas muito engraçadas.  Como nos divertíamos embaixo de alguma marquise que jorrava água. Imaginávamos de certo, uma cachoeira.

Depois de um certo tempo, você passa a ver tudo isso como peraltices sem sentindo, mas na época tudo parecia ter um gosto diferente. As crianças de hoje, não são como no meu tempo...tsc..tsc..

quinta-feira, 9 de junho de 2011

A profundidade daqueles doces olhos negros

Só você desnuda a minha alma
Entende a entropia do meu existir
Vejo a sua aura através da palavra

Sinto o seu olhar espreitar de solário
Ah, que verdadeiro calafrio

Calabouço que eu me jogo
E resgatando aos risos frios
Soturno noturno
Suntuoso fogo

Ah, como te quero bem
Longe ou perto
Mil vezes cem
Nem sei ao certo