sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Doces noites perversas de verão

Ah o verão,
aquela sensação de bafo quente na nuca.
há dias em que o sol parece que vai rachar o chão de tão quente.
E pela noite que eu vago, a noite que se inicia com o por do sol
e a chuva de verão vem acalmar toda a quentura do dia.
Ah as madrugadas, nelas os amores se consumam
A perversidade da cidade está aflorada
A calmaria cobre com o seu manto negro o que de mais perverso acontece

ah doces noites de verão
Levanta os insones, dorme os inocentes
Esconde os vagabundos, as mulheres da vida,  os cachorros e gatos que caminham sorrateiramente
Traz os anseios escondidos a luz....cobre os pecados dos homens.

ah escuridão da vida boêmia, dos bares, das luzes amarelas.
como gosto de ti.
como me fascina desde os tempos áureos que incomodava minha mãe com grandes choros e soluços.
na adolescência me fazia passar por maus bocados no colégio.
na juventude traz a tona os pensamentos e as reflexões doces e sórdidas
e na velhice há de me acolher em um sono de uma vida toda de madrugadas, noitadas e bebedeiras.
Doce noite perversa de verão, como a ti estou fadada.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

diálogo

-Você vem me ver amanhã?
-Não posso.
- Porquê não pode?Você nunca pode...
- Quantas vezes vou ter que te falar? Não tem jeito, é muito longe...Estou com alguns problemas aqui, não vai dar. Já te falei isso mil vezes.
- ...tá.
- Vai dizer que ficou brava agora?
- Não, é que eu cansei de esperar.
- Meu bem, tenta me entender....
- Eu entendo, agora vai explicar isso para o meu coração. Ele é burro, não sabe a diferença de metros para quilômetros. Você só sabe me deixar sentindo a sua falta. Isso não é justo.
- Não fala assim comigo que eu me sinto pior ainda.
- Ai amô,sabe de uma coisa?
-O que é agora?
-Quanto mais diz que não para mim, que não pode, mas eu gosto de você .

cigarro, ciúmes, cerveja e futebol

Confesso, sou às avessas.
Homem tem que andar na linha.O ciúmes não pode ser daqueles descontrolados, mas conforme a situação pode virar.Essa coisa de discutir a relação, ah haja saco para isso.

Não tem coisa mais chata do que homem que reclama da quantidade de cerveja que a mulher bebe ou se ela curte um cigarro.Tampouco eles devem se meter se der na cabeça de escutar esse ou aquele som, a escolha é sua.Sim,mulheres também gostam de ter o dia livre para beber aquela cervejinha esperta mais as amigas e sair sem ele.

Também é irritante quando ele muda de canal, enquanto o seu time está jogando, ou subestima a sua inteligência em relação a futebol.E sem dúvidas, não existe melhor sensação do que  ir ao estádio, tomar aquela cerveja barata e ver o seu time do coração jogando, é preferível a  um passeio no parque ou ver um filme.

Qual o problema de uma mulher gostar de tudo isso?Quem disse que são coisas fundamentalmente masculinas?

Uma amiga minha me chamou de Maria Macho uma vez, só porque eu falei que gosto de tudo isso. Como disse sou às avessas,  sempre gostei de coisas ditas de "moleque", programas denominados tipicamente masculinos. Para ser sincera, sempre gostei de competir com os meninos, jogar bola com eles, disputar tudo e mais um pouco. Até na porrada eu saia.

E daí, deixei de ser menos mulher por isso?Tenho certeza que não.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

divagações sobre religião, fé e crenças...


Não quero convencer ninguém a pensar como eu, tampouco achar que o que digo é verdade universal.
Aqui vou fazer apenas considerações sobre o que acredito, a minha verdade sobre a religião. Não eu não acredito que tenho que ir a templos religiosos para me encontrar com Deus. Nem que se eu não for, Deus vai me condenar por isso. Tampouco que tenho que pagar dízimo ou qualquer coisa do tipo para prestar contas a Ele.Ou que ele vai me condenar, porque eu fiz isso ou aquilo. Acredito que o pior inquisitor é a própria consciência do ser humano.Para mim imagens religiosas são apenas imagens, ninguém deveria cultuá-las. Rituais como missa, batismo, páscoa, natal, simpatias, culto a Iemanjá são só tradições de um povo. E como todo ser humano, lógico tem alguns rituais que faço, mas participo deles mais por convenção social, por lembrar dos meus entes queridos, por tradição familiar.

Por exemplo, na minha família temos a tradição de receber a folia de reis, todo começo de ano. Esse ritual fez parte de toda a minha vida, desde a infância mais remota, por conta do meu avô que era folião. Era uma questão de honra para ele receber a folia dos santos reis em casa, sempre preparava aquele almoço típico com arroz, tutu de feijão, arroz com gueroba, carne com mandioca (gente, esqueci o nome que eles dão), e etc. Com o falecimento dele, a tradição se manteve por ele acreditar.

 Quando eu era pequena participei de dois batismo: um na Igreja e outro no dia de São João, mais conhecido como batismo de fogueira. Que hoje em dia poucas pessoas conhecem, é tradição entre os mais antigos.Outra coisa bem típica que eu passei a vida toda me submetendo foi ser benzida com ramos de alencrim ou outras folhinhas, minha vó dizia que era para livrar dos males.

Sem falar que durante a quaresma era sempre o mesmo cardápio na casa da minha vó: bacalhau de todo jeito, batata doce, arroz e feijão. Durante toda a quaresma...SEm falar no dia que o meu vó fechava a casa toda porque ia passar a procissão que ia encomendar as almas, o cortejo passava nas ruas em uma noite escura, com velas...Como eu tinha medo disso, e dos palhaços da folia de reis me pareciam assustadores. 
Hoje em dia, eles não são tão quanto antes, porque na minha época eles andavam com chicotes e realmente batiam na molecada que era encapetada. 

 Quando você é criança tem medo de coisas sobrenaturais e acredita em tudo o que os adultos dizem. Com o tempo percebi que era são crendices, e tradições que me ligavam aos meus alicerces culturais e familiares, faziam parte da minha essência, não acredito nessas coisas, que vão me curar com um ramo de alecrim ou coisa do tipo, mas respeito e tenho pela tradição. Fico realmente tocada com que fé as pessoas acreditam nisso ou naquilo outro, mas a minha verdade, a razão pela qual eu faço isso ou aquilo, não torna a verdade dessas pessoas a minha.  

Estudei por muitos anos o Espiritismo, já tive contato com Igrejas Evangélicas, Católicas, benzedeiras, adivinhos, a Videira.Não tenho preconceito com o fato das pessoas terem suas crenças e valores religiosos, mas também tenho o direito de ter o meu pensamento a respeito. A que eu tive mais contato que foi o espiritismo não consegui a vida toda  acreditar em psicografia, nem em incorporação. E olha que o meu contato era grande, fui por anos ao Centro de origem Kardecista. Já com as outras sempre tive desconfianças quanto aos preceitos e formas de pensar.

Para mim, algumas delas limitam o ser a visão de mundo, de existência, de limite. Essa questão de céu e inferno, não consigo acreditar de fato.Quando penso em céu ou inferno só me vem a cabeça imagens de filmes...nada mais, não consigo temer e nem acreditar que de fato existam. Para mim o céu e o inferno está dentro das pessoas, nas ações e atos que elas tomam consciente ou não. No que elas fazem umas as outras.

Não critico quem acredita nas religiões que citei, todas tem suas falhas e acertos.Suas maças maduras e podres. Prezo aquelas que pregam como principal preceito o amor ao próximo, o pensar no outro como alguém da família, a caridade em si, a fé na vida e nos sentimentos. O que adianta ir na Igreja se eu não enxergo os meus irmãos,  faço coisas para atrapalhar alguém?

Se Ele criou o livre arbítrio, isso te dá o direito de fazer o que achar melhor.Porque ele te limitaria em um templo?Em imagens?  Como disse, não estou querendo que concorde comigo.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Últimos capítulos.Não perca.(em tom de ironia...)

(voltando a novela...)

Capítulo Oito
Depois disso, claro como orgulhosa que sempre fui decidi que não ia mais atrás de você, nenhuma vez.Mal sabia eu que era mentira essa história de namorada.O seu irmão tinha inventado isso, porque gostava de mim.E no episódio do meu primeiro porre, sim ele tentou me beijar, eu bêbada só chorava e perguntava porque você tava fazendo isso comigo?E ele dizia : esquece ele, fica comigo.Ele está com ela faz é tempo.Outra detalhe que eu não sabia ele sempre competia com você em tudo, mas como eu o considerava um dos meus melhores amigos, acreditei nele, quando me contou do seu namoro. Daí, o que eu já tinha costume de fazer, que era sumir, essa época o fiz perfeitamente. Não pisei na rua e nem no seu prédio por meses. Nesse tempo vivi outras coisas e por ironia do destino, ou um plano mal feito seu, não sei.Você estava na porta do meu prédio conversando com um amigo. Até hoje, não sei ao certo, mas acho que sentiu minha falta, porque eu não atendia seus telefonemas, e também apaguei seu número da minha agenda.Esse dia que por acaso ou obra do destino te encontrei. Você todo sorridente, e eu com cara de poucos amigos...
Você:oi, quanto tempo, porque você sumiu de novo?
Eu: ah, (nesse ponto eu sou extremamente sincera) não quis atrapalhar o seu romance.
Você quase engasgou com essa frase minha e perguntou: como assim, linda?
Eu: ah relaxa, eu não me importo (nessa hora estava me rasgando por dentro, mas tem que mostrar superioridade)
Você: Não, eu não estou namorando. Estava saindo com aquela menina da festa, mas não é nada sério.
Eu: Pára de mentir, eu já sei de tudo...
Você: do que você sabe, me diz?Você não sabe de nada. Se soubesse, não fugiria tanto de mim e eu não procuraria outra.
Então, eu segurei o seu rosto com as minhas duas mãos, olhei bem nos seus olhos.Beije-te a testa, a face
e um selinho.Sem pronunciar sequer uma palavra, passei a mão nos seus cabelos e te abracei.
Você me olhou com cara de espanto, sem entender nada.
Eu pedi desculpas, disse que não tinha o direito.
Você me abraçou forte e me beijou até eu perder o fôlego.
Parecia um sonho...

Capítulo Nove
Isso o nosso romance embalou. Não, nunca te falei que eu gostava de você.Não sei porquê.Toda vez que nos encontrávamos era aquela coisa. Até que estava bom demais pra ser verdade. Você estava naquela fase de correr atrás de bolsa para estudar, estudando para o vestibular. Nunca me esqueço desse dia, você me mostra um folders desses de faculdade, abre um sorriso e diz eu ganhei uma bolsa para estudar aqui.Eu fiquei tão feliz por você, até o momento que me disse, mas tem um porém.Perguntei o que era.Você me disse: É lá em Minas Gerais...vou ter que me mudar para lá.

Eu: E daí, é o curso que você quer e não vai gastar nada, a bolsa é integral.
Depois disso, lanchamos e como sempre tocou violão para mim, aquela música que tinha feito, algumas dos Engenheiros do Hawai, uns rocks antigos. Curtimos esse momento, em paz.

Capítulo Dez- Último capítulo da novela
"E ai tá sabendo, o ônibus dele vai sair às 23 horas?", essa foi a frase que eu ouvi do seu irmão.
Tinhamos um jeitinho especial de nos divertir...principalmente, os meninos. Eles se vestiam de mulher e faziam gracinha pelas ruas.Nunca esqueço o dia que fomos expulsos do shopping por baderna, que um deles tentou "seduzir" o guardinha.

Para não passar em branco a sua despedida para Minas, não podia ser diferente. Sim, eles se vestiram de mulher ou fantasia de soldado americano, eu me recusei a me vestir de homem. (como eles insistiam nessa ideia, viu?!)E fomos todos para a Rodoferroviária, escondidos de você, em outro carro. A hora que você viu a bagaçeira dos seus amigos, com aqueles saltos, batons, sutien, e peruca.

 Primeiro, todo mundo que estava lá olhou assustado. Depois, um dos meninos foi assediado por um bêbado que falou que ele era uma gracinha. E por último, você ao ver aquela cena, o seu rosto era um misto de risada com choro.

 Claro, com todo aquele alarme você não tinha me visto. Um outro amigo seu, saiu correndo e rastejando naquele chão imundo. Lembra como gostávamos de pagar esses micos?Só entrei nessa brincadeira uma vez, e me vesti de homenzinho...Coçava o saco e tudo. Você se distraiu e não tinha me visto, até que eu cheguei caladinha e segurei a sua mão.

 Os seus olhos num misto de alegria e tristeza. Eu, manteiga derretida, desatei a chorar sem   parar.Você me abraçava e beijava com tanta força que os nossos amigos ficaram tirando sarro da gente um tempão. Aí, você segurou nos meus cabelos e me espreitou no seu peito como se nunca mais eu fosse te ver.Me fez prometer que ia em Minas te visitar...promessas que eu nunca cumpri.

Sim depois disso, nos perdemos um do outro por quase 5 anos. Eu me mudei para outro estado, você também.

 Você se casou, eu não. Isso tudo só para mostrar que romance só existe em novela, comédia romântica e livros. Afinal de contas, como diz o poeta Mr catra "Quer romance?Compra um livro."

Sinceramente vocês acharam que isso acabar num final feliz?Apenas lembro de você com um carinho enorme. Uma das pessoas que eu mais gostei e vou gostar na minha vida. 

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Depois do intervalo de alguns dias, vamos voltar a essa novela.Capítulo sete

Capítulo Sete
Nesse dia que me ligou você me chamou para sair, ir ao cinema talvez.Até hoje, não sei porque disse que não podia....O que eu sentia era medo, o sentimento mais infantil de todos. Tinha coragem para muita coisa, entretanto o que me deixava desconcertada era o que existia dentro de mim,  os meus sentimentos me deixavam confusa e com muito medo.Não ter o controle da situação, não saber o que dizer.Todas aquelas coisas que vemos em comédias românticas bregas, as pernas bambas, o coração disparado, uma cara boba, engasgar com as palavras. Tudo isso me apavorava.Então, por tanta resistência da minha parte, você de repente parou de me procurar.Passaram-se uns dias, e outros, não conseguia disfarçar, precisava te ver, ouvir sua voz.Como eu tinha acesso a sua casa, decidi ir lá.Então a desculpa que eu arrumei foi que tinha algo para  falar com seu irmão. Péssima ideia...oh arrependimento,  fui lá você não estava.Perguntei como quem não quer para o seu irmão onde você estava.A única coisa que ele me disse, ah deve estar na casa da namorada. Sim, eu quase cai das pernas, e da escada...porque depois disso eu sai de lá com raiva.Muita raiva.
Outro intervalo (Hoje é domingo, estou sem inspiração)

E lógico, tropecei na escada, só para varear.
Outro intervalo (Hoje é domingo, estou sem inspiração)

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Nostalgia

Episódio Um
Te conheci tinha catorze anos, você dezoito.
Não fazia o tipo convencional de garota, para ser sincera, a minha ingenuidade era tamanha que nem se passava pela minha cabeça algum tipo de atração nessa época.Eu só queria saber de disputar futebol, jogos no computador, no videogame, no que quer que fosse com você ou com seus amigos.E seus amigos sempre me enxergaram como mais um deles, você não, se preocupava, cuidava, mesmo a contragosto da minha parte.

'Quantas vezes eu já te disse que eu sou grandinha, que eu sei me cuidar?'...várias vezes falei essa frase e você ria de mim.

E eu sempre tentava provar, seja no que fosse, que eu caia e levantava.Uma vez que nunca me esqueço foi  quando um dos seus amigos me deu um encontrão numa dividida de bola, e cai no chão igual uma jaca.

Você nesse momento que estava só assistindo, assustou me pegou no colo, me colocou no banquinho daquela velha pracinha, onde costumávamos encontrar nossa turminha e ficou meia hora falando que eu devia parar de tentar me igualar aos meninos.
como eu fiquei brava por essa fala sua...
Porque eu me achava capaz de competir com os meninos, em tudo.Como eu era tola
Episódio Dois
Eu aquela menina franzina, sem graça, desmiolada. Você já no alto da sua adolescência tocava violão, partidário político, fã do che Guevara.E eu na fase de descoberta do mundo.

Ah uma copa do mundo nunca foi tão especial como a de 2002.Me lembro como se fosse ontem, morávamos em Brasília e quando o Brasil ganhou o penta.Eu, você e a nossa turminha fomos lá no Palácio do Planalto ver a seleção cumprimentar o então presidente, Fernando Henrique Cardoso, ia receber os queridos herois do Pentacampeonato.Que ideia não?Eu com um real no bolso que na época dava só para a ida de metrô, ás 07 horas da manhã, entramos todos no metrô assim mesmo.

Paramos lá na Rodoviária antiga e descemos pelos Ministérios até o Palácio.Então, aquela festa de bandeiras, uma multidão sem igual, gente a beça. Para quem conhece sabe que em frente ao Palácio tem os famosos espelhos d´agua,fazia tanto calor aquele dia, e juízo essa época não era o meu forte.

Eu fiz igual muitas pessoas e entrei nos espelhos que batem no máximo no tornozelo.Eu parecia uma criança, aquelas moedas todas que o povo de outros países joga lá dentro, considerando dar sorte, eu jogava pra cima.. E você ali me olhando com cara de assustado.

De repente o chamado do locutor, avisando que os jogadores tinha chegado. Eu sai correndo de dentro do espelho d´agua. E nos perdemos eu e você do resto da turma no meio da multidão, você preocupado comigo, porque eu tava encharcada, e eu falando que você era chato.Como fazia muito calor, os bombeiros estavam esguichando água na galera, eu logicamente achei aquilo divertidíssimo.

Depois de um tempo, o sol esfriou,e eu comecei a tremer igual vara verde. Primeiro me deu sua camisa, depois ganhou uma daquelas camisas verdes promocionais da Brahma, da seleção cinco estrelas e me deu ela também.

Logo alguém no meio daquela bagunça pisa no meu pé...sempre desaforada, eu respondo. Você então, me abraça e diz que vai me proteger.

Grossa que sou, falo:' Quantas vezes eu já te disse que eu sou grandinha, que eu sei me cuidar?'

A contragosto novamente, você me abraça, então eu fico calada. Não ia adiantar né?!
Na volta toda encharcada ainda,  você para o olhar em mim, durante todo o trajeto de volta., não solta mais a minha mão, a deixa perto dos lábios, e a beija todo o tempo.

Eu depois de tanto que ficamos no sol, e tomei banho público adormeço com os seus olhos ainda em mim....
E toda a turminha nos zoando, por todas essas cenas.

Você não negava, eu até a morte falava que eramos apenas bons amigos.

Episódio Três.Toda vez  nossa galerinha ia acampar na beira do lago Paranoá.O lual na beira da fogueira improvisada era completamente de outro mundo, de tão divertido. Implicávamos um com o outro o tempo todo.Até que quando sentamos na rede um do lado do outro, olhando a lua cheia, você me abraçou e eu sorri. Então pela primeira vez nos beijamos e eu cochilei nos seus braços inocentemente.
Você então disse que era um milagre aquela minha calma.

Mas no outro dia, logicamente, eu estraguei tudo. Não sabia como agir, nem o que te dizer, então fingi que nada tinha acontecido.Como eu era infantil, e você tolerante...você ficou totalmente sem saber o que fazia, no outro dia quis ir embora.

Episódio Quatro

Nunca esqueço, a música que fez para mim e tocou no violão. Eu praticamente era parte da sua família, sua mãe me conhecia, os seus irmãos. Eu fazia da sua casa extensão da minha.Lembro-me bem, eu saia da minha casa, para ir assistir Chaves lá na sua televisão. Eu e o seu irmão mais novo que era mais velho que eu, faziamos tranquinagem com o bicho de estimação da sua mãe, o gato.

Como maltratavamos o bichin.
Um dia desses que eu tava de penetra na sua casa, você sentou do meu lado e disse 'Vou te mostrar uma coisa'. Trouxe o violão. Achei que ia cantar uma daquelas baladinhas que adoravamos como Engenheiros ou Bob Dylan. Ai além do violão, tinha um papelzinho na sua mão. Não é que tinha escrito uma música para mim?!Essa hora não nego, você me ganhou. Meu coração ia disparar, minhas pernas tremiam.

Eu ria e chorava ao mesmo tempo. Então, nos abraçamos e o tempo parou....por uns minutos.Até o sonso do seu irmão estragar tudo, rindo da gente.Daí, eu olhei para o chão e você ficou bravo com ele.
Sim, eu me derreti toda, mas escondia isso, mais do que tudo. Tinha medo.


Episódio Cinco
Como é característico, sim, eu fugi de você. Por semanas, talvez alguns meses...sei lá, você me deixava sem saber o que dizer, e eu sempre fui acostumada a controlar a situação.Ficava sem chão, boba, quando apenas esbarrava com você na rua.Deixei de ir a velha pracinha, onde a nossa turminha se encontrava, porque ficava com cara de boba, quando te via.Até que um dia perdi o medo e fui lá ao encontro da nossa turma, no lugar de sempre. Então, o plano da noite era uma festinha na casa de um amigo seu.

 Entretanto, você sequer olhou nos meus olhos, estava seco, frio, distante.Chegando na festa, você me aparece com uma garota. Nossa, nunca fiquei com tanto ódio de ver uma cena, como essa. O chão se abriu ao meu redor. Mesmo assim quis dar uma de forte.Até esse dia, eu nunca tinha bebido direito na minha vida.  Logo, começou uma brincadeira quem bebia mais vinho de um gole só, numa virada.

 E claro, eu querendo chamar sua atenção, apostei com os meninos que eram mais velhos quem bebia mais.Eu olhava na sua cara e bebia um copo. Olhava de novo e bebia outro. Eu só lembro que tomei mais de um litro, e quase simultaneamente comecei a passar mal.Sai correndo das meninas que queriam me dar banho, para eu melhorar.Teimei que ia durmir no sofá da festa e assim o fiz. A festa acabou e eu chapada, disse que ia dormir por ali mesmo. Você bravo comigo, largou a menina, e foi cuidar de mim, me carregou no colo e me enfiou dentro do carro.

Você e dois amigos esperaram na escada do seu prédio, até eu melhorar...e ter condições de ir para casa.Eu morta de ciúmes disse que já tava melhor e ia sozinha para casa que ficava na rua de cima.Você foi andando atrás de mim, até a porta do meu prédio. Eu naquela situação ridícula, me abraçou. Eu falei para você ir atrás da sua namorada...Você só me disse: 'Ela não é minha namorada, você nunca quis saber de mim.'
Dei de ombros, me virei para entrar, então você disse: 'Me liga a hora que estiver em casa, senão eu não vou conseguir dormir.' Só falei 'tá.'

Subi cambaleando...do alto do meu primeiro porre. Nunca tinha sentido a cabeça doer daquele tanto. MInha mãe já me esperava p. da vida. Eu só entrei chorando, ela até desistiu de brigar comigo

.Entrei pro quarto, me despi e te liguei. Só consegui dizer: 'Estou bem, estou em casa.Desculpe, obrigada por cuidar de mim.'

Você: 'Porque fez tudo isso?Porque bebeu desse tanto?'
Eu: 'Não sei, acho que tudo isso se chama ciúmes.'
Você ficou calado por um tempo...mas me pediu: 'Por favor, não faça mais isso'
Eu (aos prantos como um cachorrinho arrependido):'tá.'
Você então disse: 'Amanhã vou ai te ver.'
desliguei...

Episódio seis
Depois de um tempo...fiz o que sempre fazia. Sumi, mas o destino te colocava no meu caminho. Eu voltando do colégio com uma amiga conversando, distraída, de repente, olho para frente e quem está a meio metro dos meus olhos, sim, você. Para não perder a mania, claro, eu tropecei e quase cai. Você riu, eu ri.Chegou perto segurou na minha mão e disse :

 'Porque você some de mim?' Inventei uma desculpa qualquer, se me recordo bem, falei provas, muitas provas. No mesmo dia, você liga e diz estar morrendo de saudades da minha voz. Você me desconcertava, porra!
Eu não sabia o que falar....

(Pausa) Outro dia escrevo o resto...bateu o sono.
Episódio sete

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

"Bebida é água! Comida é pasto! Você tem sede de que? Você tem fome de que?..."

Hoje vi uma cena que muito me choca...
É considerável bem comum, nos dias de hoje.
A seguinte cena..
Uma pessoa não ter o que comer.Isso ainda me choca muito. E a cena se completa com outras tantas pessoas passando ao redor daquela, sem seque lhe direcionar um olhar de compaixão para aquele ser humano, prostrado, as vezes sem perspectiva de vida.Implorando por algo de comer....Parei, fiquei olhando aquela pessoa em trajes corroídos de sujeira das ruas, um olhar desolado, pernas feridas dos dias passados nas ruas.Vi uma felicidade momentânea na sua face quando recebeu um lanche de um transeunte.Parecia uma criança que acabará de ganhar o melhor presente de todos.Os olhos brilhavam numa alegria única, a boca comia num apetite de dar inveja.
Não sou partidária ou levanto qualquer bandeira, mas é tão triste ver alguém em situação desesperadora de fome, implorar por algo de comer, tremer de fome.

A nova presidenta, de acordo com o Diário Oficial  que não me recordo o número( o termo está certo)
pretende fazer o PAC da miséria. De acordo com o artigo, baseado na dissertação de mestrado O discurso da mídia sobre a fome, há um histórico grande de lutas sociais contra a fome.E segundo a mesma dissertação juntamente com a Bomba Atômica foi considera o mal do século 20 e tornou-se uma preocupação porque findada as duas guerras mundiais mais de 12 milhões de pessoas morreram de fome no mundo .Entre as lutas está uma datada de 1858, denominada Protesto Contra Alta de Gêneros Alimentícios, em Salvador que fora ocasionada pelas sucessivas epidemias de febre amarela e cholera morbus e a escassez contínua de
alimentos. A palavra de ordem era “Queremos carne sem osso e farinha sem caroço”.

Agora imagine naquela época a inflação subiu numa média de 300% e a farinha de mandioca que era o alimento dos pobres subindo de forma galopante, entre 1851 e 1858.O protesto teve origem em um grupo de mulheres solteiras que eram recolhidas pela Santa Casa e se alimentavam lá, muitas vezes de sobras.

Voltando a discussão.O mesmo artigo nas palavras de Josué de Castro mostra que a origem da fome não é  epidêmica, mas sim endêmica e geralmente de caráter econômico.
No Estado Novo de Getúlio Vargas, influências notórias de sociólogos e nutricionistas mostraram que tornava-se fundamental o papel do Estado na alimentação da população.Após o governo de Vargas, os industriais pressionaram por políticas desenvolvimentistas, adotando assim medidas para uma base de salário mínimo ao trabalhador.  Depreende-se que ao longo dos anos, houve um queda de braço entre o setor fraco e aquele que domina e no meio dessa briga, um governo que ora dá voz aos anseios populares e ora os deixa de lado por razões políticas e econômicas.

Então durante os anos de 1962 a 1974 são criados orgãos  como a  Sunab (Superintendencia Nacional de Abastecimento), Companhia Brasileira de Alimentos (Cobal), Comissão de Financiamento da Produção (CFP) que visavam combater as defasagens na alimentação dos brasileiros, também são realizados os estudos como o de Defesa Familiar (1974) que mostrou que apenas 32% da população se alimenta de forma adequada.

Em 1994, é realizada a primeira Conferência Nacional de Segurança Alimentar em que se instituiu que a segurança alimentar se preocuparia com "o acesso em quantidade e qualidade aos alimentos requeridos e às condições de vida e de saúde necessárias para a saudável reprodução do organismo humano e para uma existência digna."(CONSEA, 1995)

Entretanto, afirma a mesma dissertação que sem ouvir de quem realmente vive esse tipo de realidade, a fome, não será de todo eficaz. De acordo com Demo, o assistencialismo apenas "recria a miséria", ou seja, não torna o indivíduo um ser emancipado e participativo da sua sociedade. Não cria nele o senso de responsabilidade. É visível que uma pessoa como vi hoje, andando pelas ruas de Goiânia, está a margem da Constituição que respalda os direitos do cidadão, desconhece completamente o que se passa no país, na cidade em que vive.

Aos olhos da hipocrisia social, é apenas um vagabundo que deve ser hostilizado.
Espero que a cara presidenta olhe para esses que apesar de estarem na marginalidade,são seres humanos.
Que a logística do projeto PaC da MIséria funcione e retirem mais esse e outros tantos dessa condição deplorável.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

desabafos da madrugada.

Não, eu não me preocupo e ponto final!
Podem me taxar de porra louca, estranha e até sem limites, ás vezes...
Mas sim, eu vou fazer o que eu quiser.
Ah para mim as pessoas que escutam as minhas mirabolantes declarações e criticam, acham o fim da picada, você fazer isso ou aquilo.É porque apenas se prendem muito e censuram aquelas que tem coragem de fazer o que há de mais escondido nos desejos, sonhos.Não, eu não me envergonho de assumir que cometo erros graves....faço coisas fora do considerado normal,de forma extremamente exagerada.
Não, não acho errado, alguém sair pelo mundo sem dar satisfação alguma, apenas fazer o que tem vontade.
Calma ae!
Também não é isso...não significa que não estou nem ai para as pessoas que me amam e querem o meu bem.
Não significa que eu não tenho apego sentimental a minha família, meus amigos ou relações profissionais.

Apenas vivo, da mesma forma inesperada como eu fui feita pelos meus pais, ou seja, por acidente.
Confesso,
sou complicada, hoje amo uma pessoa, ou situação, ou circustância, amanhã tenho dúvidas latentes quanto a isso.
As únicas coisas em que me apego e até hoje me fazem sentir uma ligação forte é o jornalismo, o convívio com outras realidades, escrever, boa comida, bons livros, viagens mil.

Não acho que pertenço a alguém, tampouco alguém pertença a mim.Somos apenas coadjuvantes que se esbarram num determinado momento da vida, e compartilham bons ou maus momentos, por um determinado tempo.
Outra confissão a se fazer: Sim, eu fujo de alguns fantasmas e problemas.
Sou egoísta as vezes, e adio a resolução de alguns problemas, por mero capricho e não me sinto errada por isso. Tá, já me falaram mil vezes que isso não é certo...bá bá, sentimentos alheios.E os meus sentimentos?Quando me ferem?
O fato é que odeio qualquer cara de piedade quando estou ferida, e as pessoas não sei porque cargas d´agua vem com aquele papinho.'ahh isso passa', ou pior 'ah, eu sempre soube que ele não prestava pra você'.
Peraa aee!
como assim???Alguém tem bola de cristal, ou um dedinho com o capeta para saber essas coisas?
Qual o problema em ter um luto passageiro por uma relação e depois se livrar dele como quem troca de roupa?
Ah a maioria das pessoas não se dá o direito de, sim achar que vai morrer, ou pensar que aquela pessoa é a sua outra metade.
Já ouvi muitas vezes que sou fria, não acredito que seja. Sou apenas realista, me dou o direito de sofrer e quando percebo já estou completamente indiferente a pessoa. Como diria  a clássica sabedoria de Shakespeare: "Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não para, para que você o conserte."
Voltando a reflexão anterior, tá...alguém me ferir, não me dá o direito de ferir outra pessoa, eu entendo.
...mas poxa, quando digo que sinto, eu penso que sinto
.Quando eu quero fugir, é porque ainda não tenho certeza do passo que estou tomando.Isso não é um ato planejado!Não penso "Hoje, eu vou estragar a vida de fulano, porque ele tem cara que merece". Lógico que não, ferir e ser ferido é natural da vida.


Posso estar sendo cética,por mais que você faça as coisas certas ou erradas, alguém sempre vai te criticar. Entrentato, refletindo secamente prefiro viver à minha maneira, e como eu bem entender.Críticas sempre vou receber, mas por mais errado que eu faça ou teime em agir, mesmo sabendo das consequências.Vou levar a vida de acordo com a minha consciência e coração.Quando eu estiver velha e caduca, vou poder afirma categoricamente:Sim, meu filho, eu vivi.Não quero ser exemplo e nem uma santa.
Cometi erros, milhares deles, mas tudo é uma aprendizado como diria Clarice Lispector.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Quero me jogar no mundo...Degustar o sabor de outras realidades, diferentes da que vivo.Não consigo admitir a ideia de viver uma vidinha convencional....sem graça.Não nego, o limite da minha realidade é um exagero.Me permito errar, quebrar a cara.Não gosto de hipocrisia velada, ou prévias censuras.Nasci livre e assim o quero ser, por muito e muito tempo. Se pudesse criava asas como Ícaro.

Sinestesia

Nas unhas, aquele esmalte vermelho sangue, meio descascado. Na ponta dos dedos, um cigarro. Duas tragadas, uma pausa. O pensamento devaneia por vãos desconhecidos. O sinestésico gosto pelo impossível, improvável se desprende do subconsciente. O ar de vida desregrada paira sobre a minha cabeça. As lembranças nostálgicas da noite anterior me trazem um gosto doce a boca.

Noite passada, a meia luz, sobre os seus estagnados olhos famintos que devoraram toda a minha alma, adormeço angustiada. Você apostou todas as suas fichas, mas a minha vida é um dado viciado, que apesar de fingir mudar de rumo. Cai sempre no mesmo número. Abro os olhos, você me aguarda sentado de frente para a cama, com um ar irreconhecível, totalmente transtornado.

Com olhos mortificados, mãos caídas rente ao corpo de quem apenas se jogou em uma cadeira. O suor escorre pela sua face, o seu rosto uma feição que eu nunca tinha visto. De repente, me levanto nua apenas enrolada ao lençol, você ignora a minha presença, caminha até o banheiro desferre um soco contra o espelho. Ele se espatifa em pedaços, seu punho agora sangra., você delira em um misto de êxtase e dor.Caminha em minha direção com um pedaço do espelho quebrado nas mãos, me dá chacalhões.Eu me seguro ao lençol, com os olhos bem abertos, a expressão de medo toma conta de mim.

O lençol se desenrola e cai do meu corpo. Você me olha, admira por algum tempo. Pega-me pelo braço,tapa a minha boca, e rasga lentamente o meu pescoço com o caco do espelho.

O sangue esguicha da veia do meu pescoço, num ritmo acelerado.Eu já me sinto pálida e quase insconciente.Você me solta.Eu caio no chão.Você olha nos meus olhos que estão semi-abertos.Cai de joelho,eu finalmente solto uma risada.-Não, não é a primeira vez que alguém faz isso comigo-

-Sim, senti um prazer com tudo isso.-
Você ainda de joelhos, olha para mim com ar de perturbado, mas já voltando a si.
Toma fôlego e diz apenas:Foi bom para você?