quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

divagações sobre religião, fé e crenças...


Não quero convencer ninguém a pensar como eu, tampouco achar que o que digo é verdade universal.
Aqui vou fazer apenas considerações sobre o que acredito, a minha verdade sobre a religião. Não eu não acredito que tenho que ir a templos religiosos para me encontrar com Deus. Nem que se eu não for, Deus vai me condenar por isso. Tampouco que tenho que pagar dízimo ou qualquer coisa do tipo para prestar contas a Ele.Ou que ele vai me condenar, porque eu fiz isso ou aquilo. Acredito que o pior inquisitor é a própria consciência do ser humano.Para mim imagens religiosas são apenas imagens, ninguém deveria cultuá-las. Rituais como missa, batismo, páscoa, natal, simpatias, culto a Iemanjá são só tradições de um povo. E como todo ser humano, lógico tem alguns rituais que faço, mas participo deles mais por convenção social, por lembrar dos meus entes queridos, por tradição familiar.

Por exemplo, na minha família temos a tradição de receber a folia de reis, todo começo de ano. Esse ritual fez parte de toda a minha vida, desde a infância mais remota, por conta do meu avô que era folião. Era uma questão de honra para ele receber a folia dos santos reis em casa, sempre preparava aquele almoço típico com arroz, tutu de feijão, arroz com gueroba, carne com mandioca (gente, esqueci o nome que eles dão), e etc. Com o falecimento dele, a tradição se manteve por ele acreditar.

 Quando eu era pequena participei de dois batismo: um na Igreja e outro no dia de São João, mais conhecido como batismo de fogueira. Que hoje em dia poucas pessoas conhecem, é tradição entre os mais antigos.Outra coisa bem típica que eu passei a vida toda me submetendo foi ser benzida com ramos de alencrim ou outras folhinhas, minha vó dizia que era para livrar dos males.

Sem falar que durante a quaresma era sempre o mesmo cardápio na casa da minha vó: bacalhau de todo jeito, batata doce, arroz e feijão. Durante toda a quaresma...SEm falar no dia que o meu vó fechava a casa toda porque ia passar a procissão que ia encomendar as almas, o cortejo passava nas ruas em uma noite escura, com velas...Como eu tinha medo disso, e dos palhaços da folia de reis me pareciam assustadores. 
Hoje em dia, eles não são tão quanto antes, porque na minha época eles andavam com chicotes e realmente batiam na molecada que era encapetada. 

 Quando você é criança tem medo de coisas sobrenaturais e acredita em tudo o que os adultos dizem. Com o tempo percebi que era são crendices, e tradições que me ligavam aos meus alicerces culturais e familiares, faziam parte da minha essência, não acredito nessas coisas, que vão me curar com um ramo de alecrim ou coisa do tipo, mas respeito e tenho pela tradição. Fico realmente tocada com que fé as pessoas acreditam nisso ou naquilo outro, mas a minha verdade, a razão pela qual eu faço isso ou aquilo, não torna a verdade dessas pessoas a minha.  

Estudei por muitos anos o Espiritismo, já tive contato com Igrejas Evangélicas, Católicas, benzedeiras, adivinhos, a Videira.Não tenho preconceito com o fato das pessoas terem suas crenças e valores religiosos, mas também tenho o direito de ter o meu pensamento a respeito. A que eu tive mais contato que foi o espiritismo não consegui a vida toda  acreditar em psicografia, nem em incorporação. E olha que o meu contato era grande, fui por anos ao Centro de origem Kardecista. Já com as outras sempre tive desconfianças quanto aos preceitos e formas de pensar.

Para mim, algumas delas limitam o ser a visão de mundo, de existência, de limite. Essa questão de céu e inferno, não consigo acreditar de fato.Quando penso em céu ou inferno só me vem a cabeça imagens de filmes...nada mais, não consigo temer e nem acreditar que de fato existam. Para mim o céu e o inferno está dentro das pessoas, nas ações e atos que elas tomam consciente ou não. No que elas fazem umas as outras.

Não critico quem acredita nas religiões que citei, todas tem suas falhas e acertos.Suas maças maduras e podres. Prezo aquelas que pregam como principal preceito o amor ao próximo, o pensar no outro como alguém da família, a caridade em si, a fé na vida e nos sentimentos. O que adianta ir na Igreja se eu não enxergo os meus irmãos,  faço coisas para atrapalhar alguém?

Se Ele criou o livre arbítrio, isso te dá o direito de fazer o que achar melhor.Porque ele te limitaria em um templo?Em imagens?  Como disse, não estou querendo que concorde comigo.

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