terça-feira, 28 de outubro de 2008


"Tudo está na palavra...

Uma idéia inteira muda porque outra uma palavra mudou de lugar ou porque outra se sentou como uma rainha dentro de uma frase que não a esperava e lhe obedeceu..."

A-BRAÇOS

Os meus braços cingim-te pela cintura
De forma a te rodear
Um abraço pode ter mil formas
É entrelaçar-se.Fazer a energia emanar de si.
Estar entre os braços de alguém.
O mundo gira e as pessoas não se tocam mais.
Será a depressão do mundo contemporâneo?
Ou o fim das pessoas nesse mundo?
De que vale a vida sem o contato?
O mundo não acaba, as pessoas, sim,acabam.
A vida sem contato é meio artificial
Transforma relações, em algo sem laço.

Há vida entre o jornalismo e a literatura

Muito se fala que não há espaço entre o jornalismo e a literatura, que um texto jornalístico não pode apresentar recursos estilísticos.Mas o que dizer então de famosas obras jornalísticas que apresentam o fato de forma clara, concisa e só se apropriam de recursos de linguagem para dar ao leitor uma melhor forma de degustar o texto?
Existem diversos manuais jornalísticos que simplesmente ignoram obras como A sangue frio do brilhante jornalista, Truman Capote que fez de um assassinato de uma família, se transformar numa série de reportagens que virou livro e registrou o seu nome como parte integrante de um gênero jornalístico, nascido no ano de 1947, o Jornalismo Literário.
O Jornalismo Literário não deixa de ser um texto jornalístico, só por usar de ricos recursos literários e ter a intenção de dar ao leitor uma perspectiva menos fria da realidade.
Se fosse uma fria linha, ou um simples quadro que diferenciasse jornalismo de literatura, o que dizer , então, das reportagens de Euclides da Cunha sobre a guerra de canudos?Só porque ele representou de forma mais humana, descritiva, com recursos literários e acabou virando um clássico da literatura como o seu livro Os sertões deixou de exercer no tempo em que foi escrito a função de informar sobre a realidade daquela região?
Uma notícia é o ponto de vista de algué, mesmo que o jornalista tentese isentar ao máximo do que vê.
Pelo fato de Euclides da Cunha ter o lado humano falar mais alto, não tira o caráter informativo do texto.Toda pessoa tem a sa opinião, o jornalista, ao se torna o mediador da realidade, não deve escrever, emitir juízos de valor sobre o mundo, mas porque não aprimorar o seu texto com recursos que a própria linguagem oferece.
Que me perdoem os manuais de jornalismo, toda a fórmula de pirâmide invertida ou lead (relatar o principal, responder as 6 perguntas: O que?Quem?Quando?Onde?Como? Por que?), mas há sim, vida entre jornalismo e literatura.